Segundo informações do Banco Central divulgadas nesta segunda-feira (18), por meio do Boletim Focus, o mercado financeiro passou a estimar um recuo menor do nível de atividade da economia brasileira em 2016 e expansão maior no próximo ano.
Para 2016, os economistas das instituições financeiras melhoraram a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), que saiu de contração de 3,30% para 3,25%.
Com a previsão de novo recuo do PIB neste ano, essa será a primeira vez que o País registra dois anos seguidos de queda no nível da atividade econômica – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. Em 2015, a queda do PIB foi de 3,8%, a maior em 25 anos.
Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras elevaram sua previsão de uma alta de 1% para 1,1% de crescimento, informou a autoridade monetária.
Em relação à inflação oficial, a previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano permaneceu estável em 7,26%. De tal modo, a estimativa permanece acima do teto de 6,5% do programa de metas estabelecido pelo governo e bem distante do centro, de 4,5%, fixado para 2016.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial do País voltou a perder força e atingiu 0,35% em junho, a menor taxa desde agosto de 2015. No ano, o índice acumula avanço de 4,42% e, em 12 meses, soma 8,84% – ficando abaixo de 9% pela primeira vez desde junho de 2015.
Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação caiu de 5,40% para 5,30% na última semana, informou o BC. Trata-se da terceira queda seguida do indicador. Com isso, permanece abaixo do teto de 6% – fixado para 2017 – mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.
O Banco Central informou que buscará “circunscrever” o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016, ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), assim como levar a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.
Na última semana, os analistas do mercado mantiveram a previsão para a taxa básica de juro, a Selic, em 13,25% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14,25% ao ano.
Na próxima quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciará a nova decisão do colegiado acerca da Selic, que deve permanecer em 14,25%. Confirmada essa previsão, tornam-se diminutas as possibilidades de melhora no desempenho da economia em 2016. Isso porque as elevadas taxas de juro dificultarão a produção e o consumo.
No tocante ao câmbio, até o final do ano, o mercado prevê a cotação do dólar em R$ 3,39, contra R$ 3,40 da expectativa anterior. Para 2017, a previsão na seara da moeda norte-americana passou de R$ 3,55 para R$ 3,50.