Palácio Capanema é liberado após ‘despejo’ de protesto de aluguel contra o impeachment de Dilma

palacio_capanema_1001 (reproducao)

Vivendo a mais grave e múltipla crise (econômica, institucional e política) de sua história, o Brasil é palco de bizarrices protagonizadas por minorias que ultrapassam com muita folga os limiares da lógica. Desde que o Congresso Nacional decidiu pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff, que é alvo de processo de impeachment, um grupo de manifestantes ocupava a antiga sede do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro, o Edifício Gustavo Capanema, como forma de protestar contra o governo interino de Michel Temer.

Os manifestantes, que permaneceram no local durante setenta dias, alegam que o governo interino é fruto de um golpe, discurso que nasceu vazio e que será devidamente sepultado quando o Senado Federal decidir sobre o impedimento da presidente afastada.

Na manhã desta segunda-feira (25), o prédio foi desocupado por 80 agentes da Polícia Federal, que chegaram ao local para cumprir decisão da Justiça, que ordenou a reintegração de posse com base em ação protocolada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan).


No início do cumprimento da ordem judicial houve momentos de tensão, principalmente quando as barracas dos cerca de trinta manifestantes foram abertas, mas após acordo o local foi liberado. Por questões óbvias, sobraram relatos exacerbados de uso de violência por parte dos policiais, mas trata-se de um discurso orquestrado por aqueles que fracassaram na tentativa de transformar o Brasil em uma enorme e desbaratada nação comunista.

De acordo com o advogado Rodrigo Mondego, que representa os manifestantes, o grupo não foi oficialmente informado sobre a a decisão da Justiça tomada na última quinta-feira (21). “Fomos pegos de surpresa. Mas estamos saindo. A administração do prédio nos informou que vai cercar o local com tapumes. O grupo vai fazer uma reunião para saber quais vão ser os próximos passos”, disse Mondego.

Em meio aos abruptos solavancos da economia, que pelo segundo ano consecutivo experimenta a recessão, dezenas de manifestantes encontram tempo para, longe da labuta, protestar contra um governo legítimo que está em consonância com a Constituição Federal, como já explicitou o Supremo Tribunal Federal (STF).

No momento em que a população brasileira está às voltas com o desemprego, a inflação alta, o encolhimento da atividade econômica, a inadimplência e o endividamento, trinta pessoas se dão ao luxo de protagonizar mais um “protestinho” de encomenda, que por certo foi financiado por alguém. Até porque, ao longo de setenta dias essas pessoas certamente tinham contas a pagar.

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