Serasa aponta que comércio varejista nacional tem o pior desempenho em 16 anos

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De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, as vendas do comércio varejista caíram 1,2% em julho, ante junho, e 7,1% na comparação com o mesmo mês de 2015, no pior desempenho para o mês de julho desde o ano 2000, quando teve início a pesquisa.

Dos seis segmentos pesquisados, a queda mais significativa na comparação anual foi constatada em veículos, motos e peças (-12,6%), seguida por tecidos, vestuário, calçados e acessórios (-12,3%) e móveis, eletroeletrônicos e informática (-11,9%).

No setor de material de construção houve recuo de 9,4%, enquanto que no de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas a retração foi de 7,9%. A única elevação, de 2,9%, foi no setor de combustíveis e lubrificantes.

Já na comparação de julho sobre junho, dois desses setores apresentaram um pequeno crescimento: combustíveis e lubrificantes (1,7%) e material de construção (1,5%).

No setor de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas, o movimento foi 0,5% menor; em móveis, eletroeletrônicos e informática teve queda de 0,1%; em veículos, motos e peças (-0,3%) e tecidos, vestuário, calçados e acessórios (-1,3%).


Os economistas da Serasa Experian argumentam que “uma combinação de fatores críticos às vendas do comércio tem mantido a atividade varejista estagnada”.

Entre os motivos apontados estão o baixo nível de confiança do consumidor; a manutenção da elevada taxa de desemprego; as condições restritivas do crediário, derivadas da inadimplência e alta do crédito; e o aumento da inflação, principalmente dos alimentos.

O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio é feito com base em consultas mensais dos estabelecimentos comerciais à base de dados da Serasa Experian, incluindo na amostragem cerca de seis mil empresas.

O novo cenário do comércio mostra que o fim da crise econômica está muito mais distante do que se imaginava, apesar da nesga de ânimo que começou a sobrevoar a economia nacional a partir da chegada de Michel Temer (PMDB) ao comando interino do País.

As incertezas políticas e econômicas continuam e só começarão a ser desfeitas após definição do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, mas tudo dependerá das decisões que serão tomadas pelo governo do peemedebista Temer.

Como a briga intestina pelo poder é algo sem fim, não se deve descartar um quadro de dificuldades para a aprovação, pelo Congresso, de medidas que visam tirar o Brasil do atoleiro da crise.