De acordo com os resultados de uma pesquisa Reuters/Ipsos, divulgados nesta quarta-feira (10), quase um quinto dos republicanos registrados dos Estados Unidos quer que Donald Trump desista de concorrer à Casa Branca. O resultado reflete a turbulência que sua candidatura provocou dentro do partido.
Dezenove por cento deles acha que o magnata deveria desistir, 70 % creem que ele deveria continuar e 10 % dizem “não saber”, De acordo com o levantamento realizado entre 5 e 8 de agosto com 396 republicanos registrados, com margem de erro de 6 pontos percentuais.
Entre todos os eleitores registrados, cerca de 44% querem que Trump abandone a corrida. As entrevistas foram realizadas com 1.162 eleitores registrados e tem uma margem de erro de 3 pontos percentuais, ou seja, 9 pontos percentuais a mais do que o apoio à ele para a Presidência visto na última pesquisa Reuters/Ipsos, registrada na última segunda-feira (8). Os números destacam as divisões profundas dentro do Partido Republicano a respeito da candidatura de Trump.
Vale lembrar que vários republicanos conhecidos se recusaram a endossá-lo para a eleição presidencial de 8 de novembro contra a rival democrata Hillary Clinton, citando sua retórica incendiária e suas propostas políticas, como a construção de um muro na fronteira com o México e a proibição temporária da entrada de muçulmanos nos EUA.
O empresário ainda se envolveu em uma nova polêmica na terça-feira, depois de dizer em um comício que os defensores do porte de armas do país poderiam agir para impedir Hillary de indicar juízes liberais para a Suprema Corte — comentário que sua campanha disse ter sido mal interpretado, mas que o campo de Hillary chamou de “perigoso”.
“Se ela puder escolher os juízes dela, não há nada que vocês possam fazer, gente”, afirmou Trump num comício na Universidade da Carolina do Norte. “Porém, pessoal da Segunda Emenda, talvez haja, eu não sei”, prosseguiu. A Segunda Emenda da Constituição norte-americana garante o direito de portar armas de fogo.
O republicano já havia desencadeado críticas por se envolver em uma discussão com os pais de um soldado norte-americano muçulmano que morreu no Iraque. Na segunda-feira, a senadora republicana Susan Collins disse que a desavença a levou a anunciar que não irá votar em Trump.
No mais, cinquenta especialistas em segurança nacional destacados assinaram uma carta aberta comunicando que não votarão no republicano e dizendo que “lhe faltam caráter, valores e experiência” para ser presidente.
Trump desdenhou o grupo, que vê como parte do establishment de Washington, ao qual atribui a maioria dos problemas do país.
