Impeachment: Dilma adota a provocação dissimulada na tentativa de mudar resultado do julgamento

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Avançam os preparativos para o espetáculo patético que Dilma Rousseff, a presidente afastada, encenará no plenário do Senado Federal no próximo dia 29 de agosto, quando fará sua própria defesa no julgamento do processo de impeachment de que é alvo.

Dilma havia imposto condições para comparecer ao julgamento, como não responder a perguntas e não ser provocada pelos senadores, mas acabou cedendo após conselhos de assessores. Sendo assim, a petista decidiu emparedar os senadores que ocuparam cargos de ministro em seu governo, como Eduardo Braga (PMDB-AM), Edison Lobão (PMDB-MA), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Marta Suplicy (PMDB-SP), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Marcelo Crivella (PRB-RJ), agora favoráveis ao impedimento da presidente afastada.

A atitude é marcada pelo desespero e tenta mudar o voto dos seis parlamentares, mas Dilma não pode exigir que seus ex-colaboradores endossem um crime previsto em lei e que serviu de base para o pedido de impeachment. Esse capítulo decadente é mais uma manobra de alguém que, ciente do resultado do julgamento, quer deixar registrado nos anais da história a tese enfadonha e mentirosa do golpe.

Após pronunciamento de trinta minutos, tempo que poderá ser prorrogado pelo ministro Ricardo Lewandowski (STF), que presidirá o julgamento, Dilma será submetida às perguntas dos senadores, que terão cinco minutos cada. A petista terá a oportunidade de se defender da acusação de crime de responsabilidade, mas nos bastidores, em Brasília, o afastamento definitivo é tido como certo. Em suma, será mais do mesmo, pois não há qualquer novidade na defesa da afastada, que continua insistindo na tese do golpe.


Sobre a possibilidade de ser alvo de manifestações mais acaloradas por parte dos senadores, Dilma está aparentemente tranquila, se é que a situação em si permite essa suposta calmaria. “Se me hostilizarem, não será problema meu”, disse a políticos próximos.

“Se o Senado quiser repetir a sessão da Câmara, é um problema do Senado”, completou a petista ao fazer referência à fatídica e vexatória votação de 17 de abril, quando deputados aprovaram a abertura do processo de impeachment, com direito a manifestações estapafúrdias, provocativas e desnecessárias.

O dramalhão que está sendo esculpido no Palácio da Alvorada é tão acintoso, que até lágrimas durante o pronunciamento foram sugeridas a Dilma. A ideia é que a petista deixe de lado a fala jurídica e foque no emocional. Resumindo, querem que a truculenta Dilma chore no Senado. A sugestão é do rabugento Roberto Requião (PMDB-PR). “Olha, tem de chorar e botar todo mundo para chorar”, sugeriu Requião.

Considerando que o processo de impeachment transcorre dentro da legalidade, não há razão para manchar um momento histórico para o País, que não mais suporta a crise sem precedentes. Ademais, respeitar aquele que está sob julgamento faz parte do amplo direito de defesa, sem contar que o comportamento conciso dos senadores impedirá o aumento de chicanas jurídicas a que certamente recorrerá a defesa da petista.

Se a espera paciente é o preço que o País tem de pagar para se livrar de Dilma e sua turba, que isso aconteça de maneira responsável e civilizada, não deixando brechas para discursos ufanistas e golpistas.

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