30 de agosto será o “Dia D” do PT: Senado decidirá o futuro de Dilma; STF julgará denúncia contra Gleisi

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A considerar a sequência de fatos, agosto, a exemplo do que prega a sabedoria popular, será o mês do desgosto. Pelo menos para o Partido dos Trabalhadores. Na quinta-feira (25), o Senado dará início ao julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff, alvo de processo de impeachment por crime de responsabilidade. Na terça-feira subsequente, dia 29 de agosto, será a vez da petista se defender no plenário do Senado, quando tentará intimidar senadores e promete protagonizar um dramalhão muito bem ensaiado.

No dia seguinte, quarta-feira, 30 de agosto, o plenário do Senado decidirá sobre o futuro político de Dilma, que, confirmados os prognósticos, voltará para Porto Alegre, cidade onde reside sua família (ex-marido, filha e netos). Há a possibilidade de a decisão ser prorrogada por mais um dia, dependendo das chicanas jurídicas da defesa, mas será em agosto.

No mesmo dia 30 de agosto, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (SFT) julgará a denúncia contra a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), que lidera a tropa de choque da presidente afastada no Senado. Gleisi e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), juntamente com o empresário curitibano Ernesto Kluger, são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.

De acordo com a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a senadora petista recebeu, em 2010, quando concorreu ao Senado, R$ 1 milhão em propina do esquema de corrupção que durante uma década funcionou na Petrobras. Segundo as investigações da Operação Lava-Jato, o dinheiro foi entregue pelo doleiro Alberto Youssef, em quatro parcelas a Ernesto Kugler.


Gleisi, que insiste em alegar inocência – é um direito seu – foi acusada por seis delatores da Lava-Jato de ter recebido propina. Não bastasse, a empresária Monica Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana, revelou à força-tarefa da Lava-Jato, em acordo de delação premiada, ter recebido dinheiro de caixa 2 na campanha de Gleisi.

Por outro lado, o casal petista – Gleiei e Paulo Bernardo – foi citado na Lava-Jato em delações premiadas de Yousseff e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Costa disse que Paulo Bernardo o procurou com o objetivo de pedir dinheiro para a campanha da mulher. Na sequência coube ao advogado Antônio Carlos Fioravente Pieruccini detalhar como o dinheiro de propina (R$ 1 milhão) teria sido repassado para a campanha de Gleisi.

Em depoimento ao Ministério Público Federal, Pieruccini disse ter transportado R$ 1 milhão de São Paulo para Curitiba, a pedido de Yousseff, que declarou às autoridades que o destino final da propina era a campanha de Gleisi.

O advogado também revelou que as entregas do dinheiro ocorreram em uma sala de propriedade de Ernesto Kugler, localizada shopping de Curitiba, do qual ele é o proprietário. Pieruccini disse ter levado uma caixa lacrada com a inscrição “P.B./Gleisi”. Kugler, por sua vez, segundo o delator, contou as notas (total de R$ 250 mil) e afirmou que o valor “não dava nem para o cheiro”. Outras três entregas de propina ocorreram da mesma forma, segundo Pieruccini.

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