A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (5) a Operação Greenfield, que apura crimes de gestão temerária e fraudulenta em desfavor dos quatro maiores fundos de pensão do País: Funcef (CEF), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios), além da Eldorado Brasil, em presa do grupo J&F, controlado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.
A operação conta com o apoio técnico do Ministério Público Federal, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os policiais cumprem 127 mandados, enquanto a Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias, no valor aproximado de R$ 8 bilhões, pertencentes a 103 pessoas físicas e jurídicas que estão na mira da operação.
Para dar início às investigações, as autoridades elencaram dez casos marcados por déficits bilionários nos fundos de pensão, sendo que pelo menos oito deles têm relação com investimentos realizados de forma temerária ou fraudulenta, através dos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs).
Dos 127 mandados judiciais expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília, sete de prisão temporária, 106 de busca e apreensão e 34 de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal.
Os investigados responderão, de acordo com as respectivas participações, por gestão temerária ou fraudulenta, além de outros crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, com base na Lei nº 7.492 de 1986.
Os irmãos Joesley e Wesley foram alvos de mandados busca e apreensão e condução coercitiva, uma vez que os fundos de pensão Funcef e Petros estão entre os controladores da Eldorado Celulose.
O empresário José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, ex-presidente OAS, também foi conduzido coercitivamente para depor na Operação Greenfield, além de ter sido preso novamente no âmbito da Operação Lava-Jato por tentativa de obstrução aos trabalhos da CPI da Petrobras.
Outro alvo da Greenfield é João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, preso há mais de um ano e Curitiba por determinação do juiz Sérgio Moro. A PF fez buscas na residência de Vaccari, em São Paulo.
