Alckmin silencia diante de pressão de petistas que exigiram afastamento de PM que repeliu vandalismo

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Alguns governantes são tão desprovidos de poder, que chegam a ser covardes. Governador do mais importante e rico estado da federação, São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin se cala diante de qualquer ameaça decorrente de conflito político-partidário. Em período eleitoral essa covardia aumenta de maneira substancial, pois é preciso mandar às favas a coerência para garantir a continuidade no poder.

Secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves não suportou a pressão exercida por petistas e decidiu afastar das manifestações o tenente-coronel Henrique Motta, da Polícia Militar, que em rede social ironizou estudante que perdeu a visão do olho direito, após ser atingida por estilhaços de um artefato durante protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB).

Tomando por base uma postagem feita por Deborah Fabri em uma rede social, em que defende a violência e a depredação em protesto de cunho político, Motta escreveu que “quem planta rabanete, colhe rabanete”. O secretário alegou que o militar teve conduta inadequada como civil, mas não feriu o código militar. Ou seja, o tenente-coronel escreveu o que pensa, ao passo que o secretário mostrou-se covarde e incoerente.

Inicialmente é preciso destacar que não há comprovação, por enquanto, de que o objeto que atingiu o rosto da estudante tenha sido arremessado pela PM contra os manifestantes. Pode ter sido um estilhaço de artefato usado pelos manifestantes para agredir os policiais e promover a destruição do patrimônio (público e privado). Em suma, não se pode acusar sem ter provas, assim como é incorreta a proibição imposta ao militar. Fora isso, a jovem demorou a procurar socorro médico.

O UCHO.INFO, sabem os leitores, não defende a violência, pelo contrário, mas é preciso avaliar riscos e consequências quando decide-se participar de um protesto propulsado pela truculência e pela destruição. Se essa é a forma que os manifestantes entendem ser legítima, que os agentes do Estado cumpram o dever de manter a ordem e aplicar a lei.

Não se trata de defender a Lei de Talião – olho por olho, dente por dente –, mas de ser imparcial ao analisar os fatos. No Brasil criou-se o hábito de culpar a polícia para amenizar os atos criminosos levados a cabo por vândalos. Longe de querer afirmar que a polícia não comete excessos, mas não se pode generalizar apenas porque alguns preferem a desobediência civil no lugar de respeitar as leis.


O que aconteceu com Deborah Fabri, de 19 anos, é lamentável, mas com essa idade já possível identificar o que é perigoso e o que não é. Qualquer protesto, se pacífico e ordeiro, é absolutamente legal e necessário, já que faz parte da democracia. Havendo violência e usurpação da lei, configura-se crime. Infelizmente, as autoridades temem aplicar o que determina a legislação pertinente.

No momento em que um jovem, no auge da rebeldia típica da idade, decide participar de um protesto que conta com o inequívoco apoio de criminosos que se reúnem sob o rótulo de “black blocs” – cobrem os rostos para agir à sombra da delinquência – é preciso estar preparado para tudo.

Não custa lembrar que Santiago Andrade, então cinegrafista da Band, foi morto após ser atingido por um rojão direcionado para a sua cabeça, enquanto cobria um protesto no centro do Rio de Janeiro. Os criminosos, que contaram com defensores e advogados aos bolhões, integravam o grupo de baderneiros que creem ser a violência uma forma de manifestação.

Quando um manifestante é ferido em protesto, cria-se uma celeuma, cujo objetivo é garantir combustível para a próxima manifestação. E assim sucessivamente, pois assim funciona o embasamento de movimentos ditatoriais de esquerda: arruma-se uma vítima, a qual é transformada em cangalha ideológica de quadrilheiros. E no caso dos protestos contra Michel Temer, a esquerda bandoleira precisava de uma imagem chocante, capaz de, eventualmente, mudar a opinião dos desavisados. E conseguiram!

Ao PT não resta outra saída, que não voltar a conviver de maneira mais íntima com a esquerda radical, o que pode ser um tremendo e dolorido tiro no pé. O que não se pode aceitar é que um grupelho de petistas de plantão pressione um secretário de Estado, que ato contínuo age como subserviente.

Alckmin é frouxo, o que não é novidade, mas não pode se acovardar diante dos adversários apenas porque teme se indispor com uma parcela da opinião pública. Quando o governador paulista perceber que a manutenção da ordem e a aplicação da lei podem garantir o seu sonho de concorrer à Presidência da República, talvez sua postura serviçal mude. Até lá, os que vivem na mais pujante unidade federativa terão de se acostumar com esses momentos de frouxidão de um governo que mais parece a sacristia da igreja mais próxima.

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