Operação Greenfield: investigação sobre fundos de pensão precisa chegar até o primeiro governo Lula

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Deflagrada na última segunda-feira (5), a Operação Greenfield, da Polícia Federal, tem como foco principal a participação de fundos de pensão de estatais em empreendimentos voltados ao setor de energia. O interesse dos investigadores encontra explicação nas ordens dadas pelo governo federal (leia-se Lula et caterva) para que os fundos de pensão despejassem dinheiro em determinados negócios. A questão primeira não é o resultado do investimento, mas a forma como esse se deu.

Em situações normais e em países minimamente sérios, fundos de previdência complementar, ligados a estatais ou não, seguem a lógica quando o assunto é investir o suado dinheiro dos poupadores. Por isso, o corpo diretivo desses fundos é, via de rega, integrado por profissionais especializados. No Brasil, onde grassa o banditismo político e a corrupção desenfreada, diretores de fundos de pensão são ligados a partidos, o que de chofre já deixa uma avalanche de suspeitas.

Se de fato as autoridades brasileiras desejam passar a limpo a seara dos fundos de pensão, investigação que promete ser tão extensa e devastadora quanto à da Operação Lava-Jato, o melhor a fazer é ampliar a linha do tempo para que as apurações alcancem alguns outros escândalos.

O primeiro governo do agora decadente lobista-palestrante Lula ainda não tinha chegado à metade quando alguns empresários espertalhões começaram a se aproximar do Palácio do Planalto com más intenções. Na sede do governo, não por acaso, estava instalado na condição de ministro de Estado o petista Luiz Gushiken (já falecido), homem de confiança de Lula e intimamente ligado aos fundos de pensão. O que pode decifrar o venenoso ninho de um escândalo de proporções inimagináveis.


Um dos espertalhões que alcançaram alguns dos principais gabinetes palacianos o fez por meio do operador do caixa do Mensalão do PT, Marcos Valério, que cumpre mais de quarenta anos de prisão no rastro da Ação Penal 470, que tramitou no Supremo Tribunal Federal.

O tal empresário passou a usar as agências de propaganda de Marcos Valério para conseguir a participação de fundos de pensão de estatais em seus empreendimentos na área de telefonia celular. Como no cenário político inexistem favores, a aproximação custou dinheiro grosso. E a propina foi paga por meio de campanhas publicitárias superfaturadas, sendo que a diferença entre o valor de mercado e o valor real era aportada no caixa do Mensalão. Essa engenharia criminosa explica o fato de um determinado contabilista, ligado a Valério, ter ateado fogo em vários talonários de notas fiscais das agências do publicitário mineiro.

Oportunistas sempre gravitaram na órbita da política nacional no rastro de interesses escusos, recepcionados por políticos malandros que fazem de um mandato eletivo ou de um cargo mais qualificado uma espécie de salvo conduto para a prática de crimes. A Operação Greenfield é mais do que necessária e acontece em boa hora, mas é preciso ampliar o escopo temporal da investigação.

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