Para abrir os cofres, mercado continua esperando “murro” de Michel Temer na escrivaninha palaciana

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Efetivado, há dias, no cargo de presidente da República, o peemedebista Michel Temer ainda deve aos brasileiros de bem o cumprimento de uma das promessas feitas por ocasião de sua posse como interino: uma radiografia do estrago promovido ao longo de treze anos e alguns meses pela gestão petista. Ou seja, Temer prometeu abrir o baú da maldita herança deixada por Dilma Rousseff. Quase quatro meses se passaram, mas até agora o presidente não falou a respeito. Não se sabe se esse silêncio quase obsequioso é fruto de falta de tempo e coragem ou de um acordo entre peemedebistas e petistas.

Entre os brasileiros que esperam uma virada radical no status quo nacional – degradado pela incompetência da ex-presidente e corroído pela corrupção desenfreada – a esperança começa a abrir espaço para o desânimo. Isso porque no lugar da governança de resgate está a gestão política rasteira. Muitos empresários, dos mais distintos setores continuam esperançosos em relação aos novos tempos, mas não tanto quanto antes, quando saiam às ruas para cobrar uma guinada nos rumos do País.

Muitos profissionais têm revelado ao UCHO.INFO que começam a realizar negócios com resultados previstos para um futuro distante, mas reclamam da dificuldade de enfrentar o presente e sobreviver para colher os frutos da semeadura atual. Em outras palavras, está cada vez mais difícil escapar dos efeitos colaterais de uma crise sem precedentes na história nacional, que alguns defensores do governo anterior tentam minimizar.


Por mais que esperneie a esquerda nacional, que não desiste das críticas recorrentes ao capital, o Brasil só sairá do atoleiro se recuperar a confiança do investidor. Como o Estado brasileiro está com o cofre vazio, essa virada de jogo depende exclusivamente do dinheiro alheio, que espera conta com o devido retorno para dar o ar da graça.

Entre promessas impossíveis, projetos de corte de gastos que continuam parados e lambanças gerenciais, o governo começa a perder a credibilidade entre os donos do capital. Aliás, não é possível afirmar que em algum momento o governo que aí está tenha ressuscitado a confiança dos investidores. Não havendo uma tomada de rédeas por parte de Michel Temer, que ainda não mostrou a que veio, na melhor das hipóteses o Brasil andará de lado. O que pode ser considerado uma vitória diante do caos que se instalou no País.

Qualquer medida que vise mudanças não surtirá efeito em menos de seis meses, pelo menos, mas é preciso que o governo mostre firmeza ao tomar decisões, desejo inequívoco de acertar, competência de sobra e coordenação de governança. Do contrário, nada do que é preciso para desanuviar o horizonte acontecerá.

Presidente do Conselho de Administração de um dos maiores bancos brasileiros afirmou, em recente conversa reservada, que tem esperança em dias melhores, mas ressalvou que a realidade positiva só virá se Michel Temer der um murro na mesa. Traduzindo para o bom idioma da outrora Terra de Vera Cruz, o presidente da República precisa deixar de agir como contínuo de sacristia.

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