Manobras de Cunha não prosperarão, mas efeitos de cassação dada como certa são imprevisíveis

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Às vésperas da votação, no plenário da Câmara dos Deputados, do processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – está marcada para 12 de setembro –, o líder do PPS na Casa, Rubens Bueno (PR), diz estar confiante na perda de mandato do peemedebista e afirma que as manobras que serão protagonizadas por seus aliados não prosperarão no plenário.

A tropa de choque de Cunha atua para adiar a votação, tentando esvaziar a sessão, ao mesmo tempo em que tenta aprovar uma pena menor para o ex-presidente da Casa, que por muitos é considerando um explosivo e ambulante arquivo de informações nada republicanas.

“Nenhuma manobra nesse sentido vai prosperar. Estamos trabalhando ativamente para garantir o quórum e rejeitar todo tipo de medida procrastinatória ou de redução de pena. O que temos que aprovar é o parecer do Conselho de Ética que recomenda a cassação do mandato. A votação foi marcada com muita antecedência e o plenário está pronto para votar”, afirmou nesta sexta-feira (9) o líder do PPS.

Para Rubens Bueno, a ação de aliados de Cunha para tentar esvaziar a sessão, que pode resultar em cassação, não deve dar resultado.

“Os deputados que faltarem serão duramente cobrados nas suas bases eleitorais. Não acredito que muitos parlamentares embarquem numa canoa que já afundou. Minha previsão é de que teremos um quórum de mais de 400 deputados e a decisão pela cassação será por esmagadora maioria. Essa Casa está ciente de que é preciso dar um basta nisso, virar essa página”, prevê o parlamentar.


O líder do PPS disse também que tentativas de atrasar a votação não terão efeito prático no resultado final. “A Câmara já está analisando isso com muito atraso. Cunha já recorreu e perdeu em todas as instâncias. Agora é com o plenário, que é soberano para decidir a questão. Da próxima semana não passa”, afirmou Rubens Bueno.

A cassação do mandato de Eduardo Cunha é aguardada pela opinião pública e necessária como primeiro passo de uma assepsia na cena política nacional, que exigirá muito tempo para ser finalizada, se é que isso será possível.

Contudo, considerando-se o perfil frio e calculista do ex-presidente da Câmara – e a quantidade de informações e provas sobre desmandos que ele coleciona –, tudo é possível em uma votação que tem potencial para interromper a carreira de um dos mais ousados parlamentares dos últimos tempos.

A eventual cassação do mandato de Cunha – são necessários 257 votos para a cassação – já é vista como pavio de uma inédita implosão do cenário político nacional.

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