Gleisi tenta adiar decisão do STF sobre denúncia de corrupção, mas garante inocência de Lula

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A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) desconhece o senso de ridículo. A petista “brada” nas redes sociais sua certeza em relação à inocência de Lula e da inépcia da denúncia feita pelos procuradores da Operação Lava-Jato, ao mesmo tempo em que procura adiar decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre denúncia de corrupção passiva de que é alvo, juntamente com o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações).

Qual credibilidade podem ter alegações de inocência (sic) de Lula formuladas por uma correligionária que já foi acusada por sete delatores do Petrolão de ter participado do Petrolão e já viu o marido ser preso sob a acusação de roubar R$ 100 milhões de aposentados e funcionários públicos? Absolutamente nenhuma, claro. A tentativa de adiar o julgamento no STF, marcado para a próxima terça-feira (20), é mais uma evidência de que a primeira acusação contra Gleisi (de ter embolsado propina de R$ 1 milhão, em 2010) é indefensável.

Gleisi Hoffmann solicitou ao Supremo o adiamento da sessão da 2ª Turma que decidirá se ela, o marido e um empresário de Curitiba tornar-se-ão réus. No requerimento ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava-Jato, a petista argumenta que o seu procurador “não poderá realizar sustentação oral no caso em epígrafe, em razão de compromissos profissionais anteriormente assumidos no exterior”.

A senadora juntou comprovante – passagem aérea emitida em nome do seu advogado – para tentar sensibilizar o ministro do STF e adiar o julgamento, informa o jornalista Karlos Kholbach, do Bem Paraná. Na decisão, Teori afirma que o julgamento, que estava marcado para acontecer depois do recesso do mês de julho, já foi adiado.

O ministro deu prazo de 24 horas para que a defesa da senadora Gleisi comprove o “alegado compromisso profissional no exterior, com juntada de comprovante também da data em que assumiu o compromisso e da data de aquisição das passagens aéreas”.


“Assim, novo adiamento somente se justifica por razões relevantes como e se o compromisso alegado tiver sido assumido em data anterior e for mais importante que o comparecimento ao STF”, destaca outro trecho da decisão do ministro Teori Zavascki.

A acusação do Ministério Público Federal (MPF) afirma que a petista recebeu propina no âmbito do Petrolão, o maior esquema de corrupção que se tem notícia, e usou dinheiro de corrupção no caixa 2 de sua campanha ao Senado, em 2010. Além de Gleisi e o marido, está denunciado o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, dono de um shopping popular em Curitiba e suposto recebedor da dinheirama imunda.

Gleisi sabe que dificilmente escapará de uma condenação, o que resultará na cassação do seu mandato parlamentar, por isso tenta procrastinar a decisão do STF sobre a denúncia oferecida pelo MPF.

A estratégia visa postergar ao máximo uma definição sobre o tema, permitindo que a senadora avalie melhor a possibilidade de eventual renúncia para preservar os direitos políticos. Enquanto não for aberto no Senado um processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar, a renúncia é cabível.

Por mais que Gleisi conteste a tese do UCHO.INFO, não se pode ignorar que Eduardo Cunha foi defenestrado da vida política por conta de crime semelhante.

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