Principal cidade síria, Aleppo sofre o bombardeio mais intenso dos últimos dois meses

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Ataques aéreos intensos atingiram a região da cidade de Aleppo, na Síria, na quinta-feira (22), apesar do apelo do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para que a Rússia e o regime de Bashar al-Assad deixassem de sobrevoar zonas de conflito.

De acordo com Rami Abdulrahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, os bairros rebeldes de Bustan al-Qasr e Al-Kalasseh foram alvo de 14 ataques. A ONG, baseada em Londres, afirmou que este foi o bombardeio mais intenso dos últimos meses no interior de Aleppo.

Também foram bombardeados os distritos rebeldes de Kelasa, Ameria, Aleppo Antigo, Salehin, Sukari e Ansari, no leste, assim como a periferia meridional da cidade.

Os ataques aéreos em Bustan al Qasr deixaram ao menos sete civis mortos, incluindo mulheres e crianças, acrescentou o Observatório. Segundo o correspondente da agência de notícias AFP, havia ruas inteiras em chamas na vizinhança.


Rebeldes e equipes de resgate disseram que bombas incendiárias caíram como chuva do céu. Uma fonte ouvida pela agência de notícias Reuters afirmou que ao menos 45 pessoas morreram nos ataques.

“É como se os aviões tentassem compensar todos os dias em que não jogaram bombas [durante o cessar-fogo]”, afirmou Ammar al-Selmo, diretor do grupo de resgate Defesa Civil na região controlada pelos rebeldes.

Nem o Exército sírio nem veículos de comunicação estatais do país se manifestaram sobre o bombardeio.

Ajuda humanitária

Depois de uma pausa de 48 horas, a ONU anunciou nesta quinta-feira que retomaria a distribuição de ajuda humanitária na Síria. Esta havia sido suspensa após o ataque a um comboio das Nações Unidas e do Crescente Vermelho que levava auxílio para uma região próxima a Aleppo, na segunda-feira. Vinte pessoas morreram e 18 dos 31 caminhões da missão foram destruídos.

“Enviamos hoje um comboio de ajuda humanitária que irá cruzar áreas de conflito até uma zona sitiada na periferia rural de Damasco”, detalhou o porta-voz do Departamento de Coordenação de Questões Humanitárias (OCHA) da Organização das Nações Unidas (ONU), Jens Laerke.

A ONU estima que cerca de 600 mil pessoas estejam nas 18 regiões sitiadas do país e necessitem urgentemente de ajuda humanitária. (Com agências internacionais)

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