Discurso duro da ministra Ana Arraes, contra traição política sofrida pelo filho, marca evento em Recife

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O verão ainda não começou oficialmente no Brasil, mas em Pernambuco a temperatura da política local está nas alturas. Depois de perder a disputa pela prefeitura de Olinda, o advogado Antônio Campos, conhecido como “Tonca”, não deixou por menos e disparou críticas na direção do próprio partido, o PSB, acusado de tê-lo abandonado durante a campanha eleitoral. Tonca também não poupou de críticas a cunhada Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos, que bandeou-se para o lado do prefeito eleito Professor Lupércio.

O clima, que já não era bom por causa da traição dos herdeiros de Eduardo Campos, em especial de João Campos (um dos filhos), piorou muito nas últimas horas, depois de evento em comemoração aos dez anos do Instituto Miguel Arraes (IMA), cujo Conselho Deliberativo é presidido pelo próprio Tonca.

Na solenidade, ao menos um discurso chamou a atenção dos presentes. O da ministra Ana Arraes (TCU), filha de Miguel Arraes e mãe de Eduardo e Antônio, que não economizou palavras duras para mostrar sua insatisfação com a intifada em parte do clã. Em tom incisivo, no melhor estilo “a carapuça há de servir em alguém”, a ministra disse a família Arraes “tem lado”.


A ministra Ana Arraes mostrou, mais uma vez, que não aceita de forma alguma a cizânia que surgiu na família depois da morte do filho, com direito a traições e conspirações. “Ou vai ou racha. Não existe neutralidade na política. A casa do meu pai sempre teve lado”, enfatizou a mãe de Antônio Campos.

O discurso contundente e firme de Ana Arraes surge meses após a ausência de líderes do PSB e de integrantes da família do ex-governador Eduardo Campos na convenção que oficializou o nome de Antônio Campos como candidato à prefeitura de Olinda.

A sociedade cobra renovações na política brasileira, mas Renata Campos parece caminhar na contramão da lógica e do bom senso ao adotar estratégia quase suicida para tentar ampliar os horizontes dos filhos. Ou as novas lideranças aceitam a tese de que política é um ato coletivo e convergente que faz da divisão uma multiplicação, ou convive com a ilusão de que toda subtração resulta em soma.

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