FIFA receberá relatório que lista políticos ligados à CBF flagrados na Operação Lava-Jato

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Foi enviado à FIFA um relatório com informações sobre o grupo que atualmente comanda Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No documento constam diversos dados, informações, atualizações e denúncias públicas já divulgadas no Brasil e que envolvem Marco Polo Del Nero e sua equipe. Os dados foram compilados pelo grupo político que tinha como figura central Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol, morto no acidente com o avião da Chapecoense no final de novembro.

O relatório destaca a relação da confederação com políticos brasileiros. Também cita parlamentares como Romero Jucá (PMDB- RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e que ambos estão no centro do escândalo de corrupção em apuração pela operação Lava Jato.

A atuação dos parlamentares foi decisiva para encerrar as investigações da CPI do Futebol, finalizada há uma semana. Na reta final dos trabalhos, quando havia provas concretas de que a CBF bancou caixa dois em campanha eleitoral de Gustavo Feijó para prefeitura de Boca da Mata (AL), os peemedebistas manobraram para travar o andamento da CPI. Feijó além de ter sido eleito (e reeleito neste ano) prefeito no município alagoano é vice-presidente da CBF.

Jucá usou de sua influência para aprovar um relatório final da CPI classificado como chapa branca, porque não pediu o indiciamento de nenhum cartola, em que pese as robustas provas de ilicitudes. Um relatório paralelo, confeccionado pela equipe dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Romário (PSB-RJ), de quase 1.300 páginas será anexado ao relatório enviado à FIFA.


O documento que irá à Suíça deve incluir o presidente do Senado, Renan Calheiros, com destaque para artigo do estatuto da CBF que proíbe a entidade de atividades político-partidárias. A confederação possui um diretor de assuntos legislativos. Vandembergue Machado é mais assíduo no Congresso do que muitos deputados e senadores. Compareceu a todas as sessões da CPI e, por vezes, passava orientação aos parlamentares do baixo clero que não tinham segurança no discurso da CBF.

O relatório lembrará que dois diretores da entidade são deputados federais – Marcelo Aro (PHS-MG), de ética e transparência, e Vicente Cândido (PT-SP), de assuntos internacionais. E um é vice-presidente: Marcus Vicente (PP-ES). Vicente, Marco Polo e outras seis pessoas tiveram pedido de indiciamento no relatório paralelo da CPI, aquele que Jucá ignorou no encerramento da comissão.

Em poder dessas informações sobre políticos brasileiros, a FIFA não pode fazer muita coisa. Até porque até decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido desconsiderada no Senado por esses dias, mas o grupo que se opõe a Marco Polo na CBF acredita que sirva como base para denúncia contra o cartola no Comitê de Ética da FIFA.

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