Diretor de ética dos Estados Unidos critica plano de Donald Trump para evitar conflito de interesses

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O diretor do Gabinete de Ética Governamental dos Estados Unidos (OGE, na sigla em inglês), Walter Shaub, criticou, na quarta-feira (11), a intenção do presidente eleito Donald Trump de manter o seu império empresarial por meio do repasse da administração de suas empresas a seus filhos.

De acordo com o chefe da agência que supervisiona o comportamento ético dos ocupantes de cargos no governo, a atitude correta seria o presidente eleito vender seus ativos corporativos e depositar os lucros em um chamado “fundo cego”, aprovado pelo OGE, a ser administrado por pessoa neutra e cujos ativos o beneficiário desconhece.

Shaub considerou que a solução de Trump para evitar conflitos éticos entre seus interesses empresariais e seu cargo público quebra 40 anos de precedentes adotados por presidentes dos dois grandes partidos e pode gerar uma enorme quantidade de conflitos. Além disso, Donald Trump insiste em não revelar o seu imposto de renda, algo que todos os presidentes norte-americanos fizeram espontaneamente. A legislação dos EUA não exige a divulgação dos dados, mas é uma praxe no país no caso de governantes,


Nomeado pelo presidente Barack Obama em 2013 e funcionário do OGE também durante o governo do ex-presidente George W. Bush, Shaub afirmou que Trump deveria reconsiderar sua estratégia antes de tomar posse, no dia 20 de janeiro.

E-mails torçados entre o OGE e a equipe de transição de Donald Trump, aos quais a agência de notícias Associated Press teve acesso, revelaram diversas tentativas de Shaub, no ano passado, junto a assessores do magnata, de convencer o presidente eleito de que o chamado “fundo cego” seria a maneira mais transparente de evitar possíveis conflitos de interesse entre as atividades empresariais e de governo.

Os representantes de Trump não notificaram o OGE sobre a intenção do presidente eleito de repassar a administração do império empresarial a seus filhos, decisão que foi tornada pública na entrevista coletiva concedida em Nova York. Ademais, é no mínimo estranho um presidente se faz representar por um advogado. (Com agências internacionais)

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