Cui Bono: PF deflagra operação e foca em ex-ministro de Temer, investigado por fraude na Caixa

geddel_vieiralima_1001

Para a infelicidade geral da nação, política no Brasil só se faz com muito dinheiro, na maioria das vezes de origem duvidosa ou ilícita. O presidente da República, Michel Temer, disse recentemente que não está preocupado com índices de popularidade, pois sabe que as medidas necessárias para tirar o País do atoleiro da crise são impopulares, mas é preciso pensar nos efeitos colaterais de uma equipe ministerial que, em sua maioria, está sempre cercada por escândalos.

Na manhã desta sexta-feira (13), a Polícia Federal deflagrou a Operação Cui Bono (em latim, “A quem interessa?”), tendo como foco principal o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que caiu por conta do imbróglio com o também ex-ministro Marcelo Calero (Cultura).

A PF realizou busca e apreensão em um imóvel de Geddel, de onde saiu levando uma maleta. O ex-ministro, que foi vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), é investigado em um esquema de fraude na liberação de crédito na instituição financeira, entre 2011 e 2013.

A Cui Bono, que cumpriu mandados judiciais na Bahia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, tem como base informações encontradas em um telefone celular do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso em Curitiba no âmbito da Operação Lava-Jato.


O tal celular, que continha “intensa troca de mensagens eletrônicas” entre Geddel e Cunha, foi apreendido durante a Operação Catilinárias, que tem a Cui Bono em seu “guarda-chuva”. As mensagens apontavam para a obtenção de vantagens indevidas a partir da liberação de créditos para pessoas jurídicas, área que era da responsabilidade de Geddel Vieira Lima.

Deflagrada em 15 de dezembro de 2015, a Operação Catilinárias é um desdobramento da Operação Lava-Jato e colocou na alça de mira importantes lideranças peemedebistas. Na ocasião, a PF cumpriu 53 mandados de busca e apreensão, em locais em endereços diversos, como os de Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Edison Lobão, Henrique Eduardo Alves e Celso Pansera.

Quando assumiu a Presidência da República, ainda na condição de interino, Michel Temer prometeu publicamente que montaria uma equipe ministerial com notáveis, o que não aconteceu até agora, apesar de que há a promessa de uma reforma da equipe para fevereiro próximo.

O que o presidente fez foi repetir a irresponsável fórmula adotada pelo PT, que durante mais de uma década permitiu a roubalheira institucionalizada e sistêmica em troca de apoio no Congresso. Temer que se cuide, pois há esquemas de corrupção funcionando à surdina na Esplanada dos Ministérios.

apoio_04