Injustificáveis, protestos violentos em Washington só ajudam o novo e populista inquilino da Casa Branca

(Ted Aljibe - AFP)
(Ted Aljibe – AFP)

Gostem ou não os norte-americanos, assim como os que residem nos Estados Unidos, o populista Donald Trump é o novo inquilino da Casa Branca. Se a eleição de um presidente nos EUA depende do colégio eleitoral, apesar do voto não obrigatório do eleitorado, os incomodados com o sistema que lutem para que a legislação seja alterada. Resumindo, Trump foi eleito de acordo com as regras locais, o que não anula o seu estilo bufão, assim como não faz com que suas absurdas promessas de campanha sejam minimamente palatáveis.

O temor que surge a reboque do início do governo do bilionário republicano, que um dia foi filiado ao Partido Democrata, é compreensível, mas não se pode usar a violência para protestar contra a chegada de Trump ao cargo mais importante do planeta. De sua bizarra vitória deve-se tirar alguma lição, o mesmo devendo acontecer após o seu mandato como presidente dos norte-americanos.

Pelo menos trinta manifestações estavam marcadas para acontecer em Washington D.C. nesta sexta-feira (20), a maioria marcada pela violência. Toda democracia que se preze garante a livre manifestação do pensamento, porém não será no vácuo da depredação do patrimônio público e privado que as críticas a Trump ganharão força e respeito. Pelo contrário, perderão a consistência e a razão de ser.

A posse de um presidente dos EUA é marcada por uma sequência de vários eventos, o que levou os manifestantes a planejarem uma maneira de atrapalhar ao máximo o primeiro dia de Donald Trump como mandatário do país. De acordo com informações da agência Reuters, pelo menos 95 manifestantes foram presos por causa de atos de violência durante protestos contra o bilionário bufão.


Que Trump não é a pessoa mais ética do planeta todos sabem – ele demonstrou isso durante a campanha eleitoral –, mas entre liberdade e libertinagem há uma considerável distância. E quando o assunto é libertinagem o presidente dos EUA é um especialista. Querer protestar contra a eleição do republicano é um direto dos descontentes, desde que isso aconteça na seara da lógica e da parcimônia. Que culpa têm o café da esquina e a lanchonete do quarteirão seguinte pelo fato de Donald Trump ter sido eleito?

Considerando que as pesquisas de opinião apontam que Trump tomou posse como presidente dos EUA com o menor índice de popularidade da história do país (40%), os protestos já eram esperados. E devem continuar por muito tempo.

No caso de uma considerável fatia da população norte-americana querer de fato levar adiante seu repúdio ao fato de Trump ter sido escolhido para decidir os destinos dos EUA nos próximos quatro anos, que o faça de maneira responsável, sem perder a ternura jamais. Uma oposição coerente, principalmente partindo de boa parte da opinião pública, sem sombra de dúvidas deixará o presidente desarmado e órfão de argumentos. Do contrário, o melhor é esperar a primeira “pataquada” do Donald.

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