Se o próximo ministro da Justiça sairá do PMDB da Câmara, Serraglio é o que reúne melhores condições

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Na última sexta-feira (10), após publicação de matéria do UCHO.INFO sobre a especulação em torno do nome de Antonio Cláudio Mariz de Oliveira para comandar o Ministério da Justiça, o presidente Michel Temer telefonou para o renomado criminalista e explicou as dificuldades que tem para indicá-lo ao cargo. Mariz não apenas defende alguns dos envolvidos no escândalo do Petrolão, mas, ainda no período de pré-formação da equipe de Temer, quando também estava cotado para assumir a Justiça, fez sérias críticas à Operação Lava-Jato.

Apesar de os peemedebistas do Senado preferirem a indicação de alguém ligado ao PSDB, podendo inclusive ser tucano de fina plumagem, a decisão de Michel Temer, já tomada, é que o próximo ministro da Justiça será escolhido no âmbito da bancada do PMDB da Câmara dos Deputados. Ou seja, Temer quer priorizar a bancada da Câmara, onde o governo tem interesse na aprovação de matérias controversas e urgentes.

Esse repentino apreço do presidente pelos peemedebistas da Câmara encontra explicação na fracassada aposta palaciana em Lúcio Vieira Lima, deputado federal pelo PMDB baiano que fracassou na tentativa de eleição à primeira-vice-presidência da Casa legislativa. Lúcio não chegou ao segundo turno da disputa, em claro sinal de que o PMDB está rachado. Aliás, esse racha ficou evidente na queda de braço que marcou a escolha do candidato do partido à primeira vice – Lúcio disputou com a indicação com o paraense José Priante.


Enquanto Michel Temer continua fazendo mistério sobre quem será o próximo ministro da Justiça, o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), não perde tempo e avança na tentativa de emplacar o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) na cadeira de ministro. Pacheco, que é ligado ao senador conterrâneo Aécio Neves, advogou na Ação Penal 470 (Mensalão do PT) em favor de dois envolvidos no primeiro escândalo de corrupção da era Lula: Kátia Rabello, ex-presidente do finado Banco Rural, e Vinícius Samarane, ex-diretor da instituição financeira, como noticiou o UCHO.INFO em matéria anterior.

Como já ressaltou este portal de notícias, se a decisão de Temer é privilegiar a bancada peemedebista da Câmara, o melhor é escolher um nome que reúna competência e credibilidade, além de não gerar mais problemas a um governo que vem perdendo a confiança da opinião pública.

Como antecipamos, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que foi relator da CPMI dos Correios, é o nome ideal para o cargo, já que, além de advogado, mostrou na Comissão Parlamentar de Inquérito ser blindado contra pressões de envolvidos em escândalos e seus prepostos. Serraglio, que fez produziu um importante relatório ao final da CPMI, não cedeu a interesses escusos e permitiu que o primeiro escândalo de corrupção gestado no Palácio do Planalto pelo PT mandasse à prisão muitos dos envolvidos.

De nada adianta o presidente da República levar em consideração, no momento da escolha do novo ministro da Justiça, o tamanho da bancada do PMDB desse ou daquele estado, pois em jogo está a indicação de um nome que não seja motivo de suspeitas, principalmente para um governo que escorre pela vala do descrédito. Não se trata de duvidar da honradez de Rodrigo Pacheco, mas se Mariz de Oliveira já é “carta fora do baralho”, um advogado de mensaleiro não é a melhor das indicações.

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