Sabatina de Alexandre de Moraes é ópera bufa com final conhecido, mas oposição insiste em rapapés

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A sabatina do ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), é uma ópera bufa com final de conhecido. Moraes terá o nome aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) e, em seguida, no plenário da Casa legislativa.

O pífio espetáculo protagonizado pela oposição, que quer desgastar o indicado com armadilhas rasteiras e questionamentos repetitivos e polêmicos, é resultado do desespero de quem perdeu o protagonismo na cena política nacional depois de treze anos de populismo barato, governança irresponsável e roubalheira sistêmica. Mesmo assim, a atual oposição continua a falar em golpe, como se o impeachment de Dilma Rousseff não fosse matéria vencida.

Com a esquerda raivosa regurgitando a saliva colérica típica de quem usa o radicalismo ideológico como ferramenta eleitoral, o que permite que figuras desqualificadas permaneçam na atividade política, a sabatina de Moraes é mais um capítulo decadente da história do Parlamento federal.

Alexandre de Moraes não é o indicado dos sonhos, até porque no Brasil há juristas e profissionais do Direito muito mais gabaritados para a vaga surgida na esteira da morte de Teori Zavascki, mas a indicação contempla os requisitos previstos na Constituição Federal.


Sobre o fato de Moraes ter sido filiado ao PSDB e servido ao presidente Michel Temer como ministro da Justiça, nada o impede de ascender ao cargo de ministro do STF, por mais que a oposição queira levantar suspeitas. Como sempre afirmamos, a escolha de integrantes das Cortes superiores deveria ter outro formato, mas não podemos esquecer a indicação de Dias Toffoli, que não apenas trabalhou na Casa Civil, à época de José Dirceu, como subsecretário de assuntos jurídicos da pasta, mas foi advogado-geral da União e advogado do Partido dos Trabalhadores.

Na sabatina desta terça-feira (21), que não tem hora para terminar, a oposição insistiu em questionar Alexandre de Moraes se o mesmo se declarará impedido caso sua participação em determinados julgamentos venha a levantar suspeitas. É bom frisar que Toffoli não apenas ignorou a importância da declaração de impedimento, mas participou de maneira questionável do julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão do PT).

Em outro vértice no universo de indicações, o ex-ministro Carlos Ayres Britto não deixou de ser um magistrado equilibrado e respeitador da Carta Magna apenas porque um dia foi filiado ao PT, partido pelo qual disputou, sem sucesso, a uma vaga de deputado federal.

Resumindo, a imparcialidade de um ministro da Corte Suprema não depende do passado, mas de uma atuação consciente e coerente diante do que determina a Constituição Federal, que, vale destacar, vem sendo ultrajada seguidamente por aquele que deveria ser seu guardião.

Sendo assim, a CCJ deveria poupar os brasileiros e o Brasil desse espetáculo de quinta, que serva apenas para dar visibilidade aos que ainda contam com os votos da esquerda radical. Isso mostra que o ortodoxismo comportamental daqueles que combatem o esquerdismo está a colaborar para que o movimento ideológico recobre forças.

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