Imprensa alardeou demissão de mecânicos de companhias aéreas, mas ignorou redução da frota de aviões

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A república dos sindicatos que impera no Brasil é uma das responsáveis pelo atraso econômico do País, pois a patuleia sindicalista vive de arrumar problema onde não existe, como forma de manter o status quo, que, é bom frisar, em muitos casos é digno de nababo.

Para completar o cenário caótico, a grande imprensa cai na esparrela dos sindicalistas, como se as informações repassadas pelos mesmos são incensadas pela verdade. Nesta quinta-feira (23), chamou atenção a notícia de que empresas aéreas brasileiras demitiram, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, 600 mecânicos de pista, profissionais que no pátio dos aeroportos são responsáveis pelo abastecimento das aeronaves, checagem dos dutos de combustíveis, inspeção da fuselagem, dos trens de pouso e do sistema hidráulico, entre outras obrigações.

A notícia surgiu horas depois de dois incidentes registrados nos aeroportos de Congonhas, na capital paulista, e em Guarulhos, os mais movimentados do País. Ou seja, ficou a impressão de que a demissão dos mecânicos de pista é que provocou ambos os incidentes, quando essa não é a verdade, sugerindo que a manutenção das aeronaves está aquém do padrão. Ademais, os sindicalistas afirmaram que as tarefas dos mecânicos de pistas foram assumidas pelos pilotos, o que é uma monumental inverdade.

O UCHO.INFO não tem procuração para defender as companhias aéreas nacionais, mas é preciso responsabilidade ao noticiar um fato, o qual deve ser analisado não de forma isolada e pontual, mas no âmbito da própria conjuntura. É inaceitável que uma notícia como essa seja publicada logo após dois incidentes com aeronaves, como se esses ocorridos fossem regra.

O Brasil vive a maior crise econômica da sua história, com reflexos em todos os segmentos da economia, inclusive no setor aéreo, o que derrubou a demanda por passagens no território nacional. Se por um lado as pessoas jurídicas, que mantêm o mercado de turismo em todo o planeta, reduziram as viagens dos seus executivos e representantes, por outro as pessoas físicas deixaram de viajar por conta de um conjunto de fatores econômicos.


Deveriam saber alguns jornalistas, “estrelas” de grandes veículos de comunicação, que aeronaves são incorporadas às frotas das companhias aéreas não por aquisição pura e simples, mas por meio de leasing. O que permite à companhia, ao longo do contrato de arrendamento, devolver a aeronave aos respectivos fabricantes, que na maioria das vezes são donos de empresas de leasing ou delas detêm o controle.

Fazer uma reportagem sobre o tema exige bom senso, mas antes de tudo boa vontade por parte do profissional de jornalismo para buscar informações junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no âmbito da frota de aviões no Brasil. Somente em 2016, as companhias aéreas comerciais que operam no País reduziram, pela primeira vez em doze anos, as respectivas frotas, com a devolução de pelo menos cinquenta aeronaves.

Esse detalhe, que não é pequeno e sequer passa despercebido, é suficiente para explicar a demissão dos mecânicos de pista. Porém, como os sindicalistas adoram viver usar o esquerdismo boquirroto para viver como verdadeiros capitalistas, as demissões são inaceitáveis. Por sorte, a iniciativa privada não é como o Estado brasileiro, que aceita as imposições sindicais como se fossem leis supremas.

Considerando que no Brasil existem quatro grandes companhias aéreas que operam em centenas de cidades do País, a demissão dos mecânicos de pista foi uma decisão acertada garantir a continuidade do negócio e os empregos de milhares de brasileiros. Ou será que os sindicalistas queriam que as empresas aéreas mantivessem os mecânicos empregados sem que os mesmos não tivessem o que fazer? O Brasil já viveu duas melhores, assim como o jornalismo verde-louro.

Talvez os sindicalistas, que fizeram uma algazarra por causa das demissões, devessem viajar a Porto Alegre e perguntar à ex-presidente Dilma Rousseff os motivos que levaram o Brasil à crise econômica inédita. No Brasil não há mais espaço para esse esquerdismo picareta, que finge defender os interesses dos trabalhadores.

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