Oportunista, a xenófoba Marine Le Pen deixa temporariamente a presidência da Frente Nacional

Candidata à presidência da França e de olho no segundo turno da corrida ao Palácio do Eliseu, Marine Le Pen anunciou nesta segunda-feira (24) que está deixando temporariamente a liderança da Frente Nacional, partido criado por seu pai, o ultrarradical Jean-Marie Le Pen. “Sou somente a candidata presidencial”, afirmou, acrescentando que pretende estar “acima de considerações partidárias”.

“Nesta noite, não sou presidente da Frente Nacional. Sou uma candidata que deseja unir os franceses em torno de seu projeto de esperança, de prosperidade e de segurança”, disse a populista de direita em entrevista à emissora France 2.

A decisão oportunista foi interpretada por analistas como uma tentativa de ampliar o eleitorado na disputa do segundo turno contra o centrista Emmanuel Macron. Uma pesquisa do instituto Elabe, divulgada nesta segunda-feira, colocou Macron na frente, com 64% dos votos, contra 36% para Le Pen. O segundo turno está marcado para 7 de maio.


A manobra de Marine Le Pen dificilmente produzirá os resultados esperados, pois trata-se de oportunismo barato com desespero de quem sabe que a derrota se aproxima. Marine também acenou com suposto abandono do discurso nacionalista, mas não convenceu quem conhece a dinastia Le Pen, sempre agarrada à xenofobia, ao antissemitismo e ao radicalismo direitista.

Desde que assumiu a presidência da Frente Nacional, em 2011, Marine Le Pen tem se esforçado para livrar o partido da sua imagem racista e antissemita, passando a focar nas críticas à imigração, ao Islã e à União Europeia.

Eurocética declarada, Marine Le Pen tenta “vender” um discurso mais suave, mas suas declarações em relação à imigração violentam a história da própria França, que enquanto colonialista explorou ao máximo as colônias espalhadas pelo planeta, em especial na África, mas agora quer dar as costas aos nascidos nesses países, a maioria mergulhada na miséria.

Quando conseguem chegar à França, os oriundos das ex-colônias são segregados. Essa situação de vulnerabilidade social leva esses cidadãos a tornarem-se presas fáceis para os terroristas do Estado Islâmico, que apostam nos simpatizantes da causa criminosa para afrontar o Ocidente. (Cm agências internacionais)

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