Decidida a defender Lula a qualquer preço, Gleisi esquece que é ré por corrupção e ataca a imprensa

Uma coisa é certa quando o assunto é a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR): ela jamais perde qualquer oportunidade de dar um clamoroso vexame. Ré por corrupção em ação penal da Operação Lava-Jato que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), com os bens bloqueados e com nove entre dez brasileiros comentando seu codinome (“Amante”) nas planilhas de propina da Odebrecht, Gleisi se dá ao desplante de atacar a imprensa, como se tivesse condições morais de dar lições a alguém.

Na segunda-feira (15), Gleisi Helena disse, no plenário do Senado, que está em curso no Brasil uma associação entre o Poder Judiciário e a mídia. Na visão míope da petista, a imprensa decidiu ter o direito de julgar, condenar e absolver, sem a imparcialidade de um juiz. Ela alertou, ainda, para a ocorrência de algumas situações “realmente questionáveis para um Estado democrático de direito e uma democracia como se pretende a brasileira”.

Como exemplo, a parlamentar paranaense citou a decisão do juiz substituto da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Ricardo Augusto Soares Leite, de ordenar a suspensão das atividades do Instituto Lula. Na avaliação da senadora, a decisão do juiz foi autoritária e arrogante, além de não ter fundamentação legal. Gleisi só não disse que o magistrado entendeu que o instituto vinha funcionando como uma incubadora de crimes.

Gleisi Hoffmann também criticou a intenção da imprensa, a seu ver, de “deturpar” o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, no último dia 10, em Curitiba. O propósito, segundo a senadora, seria dar a impressão que, ao ser ouvido pelo juiz da Lava-Jato, Lula teria tentado responsabilizar a esposa, Marisa Letícia, no caso do apartamento triplex no Guarujá.

Gleisi esclareceu que as explicações de Lula não mudaram. São as mesmas desde antes do falecimento de Marisa Letícia. “E uma revista de quinta categoria estampa na sua página uma foto de dona Marisa com o título: A dupla morte de Marisa. É escandaloso isso. Falei com o presidente Lula. Ele está processando a revista e tem que processar mesmo. Ela tem que pagar muito caro, e não é a primeira vez que ela vai ser processada. Não respeitaram a Marisa em vida. Aliás, a mataram”, disse a petista em eterno devaneio.


Muito antes de a revista Veja noticiar que Lula culpou Marisa Letícia, o UCHO.INFO afirmou que o ex-metalúrgico desrespeitou a mãe dos próprios filhos, transformando-a em “laranja” no imbróglio do triplex que funcionou como moeda de troca em um esquema de corrupção.

Afundando cada vez mais na fétida lama do Petrolão, Gleisi deveria se preocupar com as acusações que lhe fazem, não em defender o responsável pelo período mais corrupto da história nacional. A senadora age de maneira vexatória e subserviente apenas porque alimenta o sonho de chegar ao comando nacional do PT, empreitada que tem o endosso do alarife Lula.

O fato de Gleisi Helena atacar o setor da imprensa que lhe faz oposição ferrenha – os veículos midiáticos de aluguel são obedientes – não causa espanto, pois esse sempre foi seu comportamento diante de notícias que não lhe agradam.

Covarde e arrogante, Gleisi não apenas processou o editor do UCHO.INFO, mas tentou usar uma profissional de imprensa para difamá-lo no Paraná através de um grupo de emissoras de rádio. Para tanto, a senadora usou como fracassada arma de persuasão a estada do marido, o igualmente enrolado Paulo Bernardo da Silva, no Ministério das Comunicações.

Em vez de dedicar-se a essas bizarrices discursivas, Gleisi deveria explicar aos brasileiros os motivos que a levaram a nomear um pedófilo conhecido e condenado a mais de cem anos de prisão como assessor especial da Casa Civil. Eduardo Gaievski, o pedófilo amigo da senadora, foi incumbido de cuidar dos programas federais destinados a crianças e adolescentes. Tudo no melhor estilo “o urso e o pote de mel”.

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