O sempre descontrolado e falso moralista senador Roberto Requião (PMDB-PR), como de costume, divulgou nesta quinta-feira (18), na internet, mensagens apocalípticas sobre as denúncias envolvendo o presidente da República, o também peemedebista Michel Temer.
Requião, que nas plagas paranaense é conhecido pela alcunha “Maria Louca”, afirmou que a única saída para o País, após as denúncias divulgadas contra Temer, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), é a eleição direta em todos os níveis.
“Só temos uma saída, a vaca foi para o brejo e levou a corda. A solução é eleição direta, diretas já, em todos os níveis. Diretas no Senado, para deputado, para o presidente da República (…) para que os brasileiros digam o que querem fazer com nosso País”, afirmou o senador em vídeo registrado em um aeroporto e transmitido ao vivo na rede mundial de computadores.
Requião, que tem o costume de invocar a lei, deveria saber que a Constituição Federal, no caso em questão, permite apenas eleição indireta, convocada em no máximo trinta dias pelo presidente interino e cujo processo eleitoral deve ser comandado pelo presidente do Senado. É o que determina a Carta Magna em seu artigo 81, como informou o UCHO.INFO em matéria publicada na edição de quarta-feira (18), logo após o anúncio do escândalo.
“Art. 81 – Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
Parágrafo 1º – Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
Parágrafo 2º – Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.”
Para que ocorram eleições diretas, como sugere o apasquinado Roberto Requião, é preciso mudar a Constituição, que no artigo 60, inciso II, veda a alteração, por meio de emenda constitucional, periodicidade eleitoral. Art. 60 – “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I – a forma federativa de Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais”.
Porém, Requião, que mostra-se dissimulado quando interessa, esqueceu de mencionar, em seu destampatório, o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), apontado como o “homem da mala” e que teria feito uma coleta de R$ 500 mil.
O senador tem bons motivos para amoitar o assunto. Rocha Loures, que já foi chefe de gabinete do governador Requião (2003-2004), também empregou Maurício Requião, filho do senador, em seu gabinete na Câmara dos Deputados. Maurício Requião, que hoje cumpre mandato de deputado estadual no Paraná, atuava à época como advogado do gabinete de Rocha Loures em Brasília.
Essa sequência de fatos mostra que o bilontra Roberto Requião não sofre apenas de destemperança verbal, mas também e principalmente de indignação seletiva.