Como esperado, a maior parte dos trabalhadores que recebeu dinheiro das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) usou os valores para quitar dívidas, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O levantamento aponta que 38% pagaram dívidas em atraso e 4% usaram o dinheiro para pagar uma parte das pendências. O dinheiro foi usado para despesas do dia a dia por 29% dos entrevistados. Já 19% optaram por poupar. Outra parcela – 14% – pagou contas não atrasadas, como crediário e prestações da casa ou do carro e 13% fizeram compras.
A pesquisa, realizada em doze capitais brasileiras, também ouviu pessoas que ainda vão sacar o benefício, já que respondem por 86% do total de saques. Entre as pessoas consultadas, 27% pretendem quitar pendências e 28% regularizarão ao menos parte das dívidas.
Os resultados desse levantamento revelam um cenário contrário ao projetado pelo governo do presidente Michel Temer. De acordo com os palacianos e integrantes da equipe econômica, boa parte do dinheiro das contas inativas do FGTS acabaria na economia, mais precisamente no consumo.
Despesas
Pagamento de despesas do dia a dia será o destino do dinheiro de 24% dos beneficiários e 20% planejam poupar. Em menor percentual, apenas 4% vão comprar itens como roupas e calçados. Entre os entrevistados, 3% utilizarão o dinheiro extra para viajar e 2% querem aproveitar o recurso para compra de automóvel.
Para Honório Pinheiro, presidente da CNDL, a opção dos brasileiros pelo pagamento de dívidas é positiva para o comércio e para a economia do país, já que o crescimento da inadimplência com a crise prejudicou o planejamento do comércio e o acesso ao crédito. (Com ABr)