Angustiado por não saber como votar no caso da denúncia contra Temer, deputado do PP recorre aos eleitores

(Zero Hora)

Presidente da República, o peemedebista Michel Temer está a viver momentos de extrema dificuldade, os quais emergiram na esteira da delação premiadíssima de executivos da JBS, em especial a de Joesley Batista, o açougueiro bem sucedido que fez fortuna à sombra de um esquema criminoso e bilionário de pagamento de propinas.

O horizonte que surge à frente de Temer é carrancudo e com previsão de intensas tempestades políticas. Isso porque a chamada base aliada, que não faz jus ao nome, começa a esfacelar-se por conta das manobras sórdidas que surgem nos subterrâneos da política verde-loura.

Enquanto tenta conter os tubarões que estão a capitanear de maneira quase silenciosa a debandada, Michel Temer sequer imagina o que está acontecendo com alguns supostos aliados que integram o chamado “baixo clero”.

Deputado federal elo capítulo gaúcho do Partido Progressista, Jerônimo Goergen (à esquerda na foto) parece viver um enorme dilema em relação à denúncia contra Temer, acusado pela Procuradoria-Geral da República de corrupção passiva. Como mencionado várias vezes pelo UCHO.INFO, a denúncia é anoréxica em termos de elementos probatórios, mas mesmo assim Goergen está desorientado.


Acusado de corrupção pelo doleiro Alberto Youssef, no âmbito da Operação Lava-Jato, Jerônimo Goergen decidiu consultar eleitores e amigos para decidir como votar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados no caso da mencionada denúncia.

Em mensagem enviada aos celulares dos eleitores (confira imagem abaixo), Goergen afirma que já tem opinião formada a respeito do tema, mas diante do que as pessoas podem pensar sobre o seu voto na CCJ preferiu acionar o que nos programas de auditório é conhecido como “ajuda aos universitários”.

Dizendo-se muito angustiado por ter de “decidir algo que tem viés ético, jurídico e um gigantesco impacto no econômico e social”, Jerônimo Goergen mostra desconhecer o que é a democracia representativa. Se essa novidade lançada pelo parlamentar gaúcho emplaca, o Brasil não conseguirá sair do atoleiro político antes de 2050. Afinal, será necessário muito tempo para que todos os eleitores do País (são mais de 144 milhões) respondam às consultas enviadas pelos eleitos.

Jerônimo Goergen chorou copiosamente quando, em março de 2015, falou sobre a acusação feita pelo doleiro do Petrolão durante entrevista e seu escritório político, na capital gaúcha. O parlamentar disse na ocasião que seu nome constava da lista de recebedores de propina apenas porque era filiado ao PP. E Gorgen foi além e, turbinando o dramalhão, disse à época que o PP havia se transformado na “prostituta” do Petrolão. Passados mais de dois anos após ameaçar deixar a legenda, Goergen continua no Partido Progressista.

apoio_04