A oposição venezuelana convocou greve geral de 24 horas para protestar contra o governo do tiranete bolivariano Nicolás Maduro e elevar a pressão para que ele retire sua polêmica proposta de uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna do país, marcada para o próximo dia 30 de julho.
A convocação, iniciada às 6h (horário local) desta quinta-feira (20), foi precedida de uma paralisação de condutores de ônibus que afetou o transporte público de Caracas. Eles exigem um aumento no preço das passagens.
A greve se soma ao plebiscito do último domingo (16), quando 7 milhões de pessoas disseram não à proposta de Constituinte do governo, e às manifestações que se iniciaram em 4 de abril, depois de o Tribunal Supremo de Justiça destituir a Assembleia Nacional de suas funções legislativas. Ao menos 94 pessoas já morreram em meio aos protestos, marcados pela violência.
A sindicalista Marcela Máspero, que foi simpatizante do governo chavista, disse que sua organização, a União Nacional de Trabalhadores (UNT), apoia a proposta da oposição e participará da greve.
O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, afirmou que é “chegada a hora” de fazer “pressão máxima” sobre o governo de Maduro. Segundo ele, a oposição recebeu um “mandato claro” com a consulta popular de domingo passado, na qual a maioria dos votantes rechaçou a Constituinte, instou as Forças Armadas a respeitar a Constituição, pediu eleições livres e um governo de transição.
O primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, disse que, se Maduro retirar sua proposta de Constituinte, os líderes opositores estarão dispostos a discutir, “de maneira aberta e transparente, propostas sérias que conduzam à superação política” da crise.
Maduro chamou o plebiscito organizado pela oposição de ilegal e afirmou que apenas 600 mil pessoas participaram dele. Além da pressão interna, ele enfrenta uma pressão externa crescente, com ameaças de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia.
Nesta quinta-feira, o governo brasileiro voltou a pedir a Maduro que desista da Assembleia Constituinte, que, segundo o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira Filho, incorpora instituições eleitorais fascistas. (Com agências internacionais)