Lula volta a abusar da mitomania e diz que “propina foi inventada por empresários” do Petrolão

Responsável pelo período mais corrupto da história brasileira e condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o petista Luiz Inácio da Silva continua abusando da dissimulação para agradar a militância e enganar a parcela incauta da opinião pública.

Sem qualquer rubor facial provocado pela vergonha de estar mentindo de forma compulsiva, Lula, o dramaturgo do Petrolão, disse nesta segunda-feira (24) que “propina foi inventada” por empresários alcançados pela Operação Lava-Jato e pelo Ministério Público Federal com o objetivo de “culpar políticos”. De acordo com o ex-metalúrgico, “desde que foi proclamada a República”, sempre usaram doações empresariais nas campanhas.

“A palavra propina foi inventada pelos empresários para tentarem culpar os políticos. Ou pelo Ministério Público. Por tudo o que leio na imprensa, todas as campanhas do Brasil sempre foram feitas (com financiamento de empresas)”, disse o petista em entrevista à rádio Tiradentes do Amazonas. “A diferença é que agora transformaram as doações em propina, então tudo ficou criminoso”, completou o safardana.

Inteligente, mas sofrendo de delinquência intelectual, Lula tem o direito de dizer o que quiser, até porque o Brasil ainda é uma democracia – de facto e de jure –, mas não pode tentar distorcer os fatos apenas para tentar pasteurizar a roubalheira sistêmica que ele próprio endossou e dela se beneficiou aos bolhões.

Lula defendeu a criação de um fundo público eleitoral, assunto que está em discussão na Câmara, uma vez que a fonte ilícita de financiamento minguou, pelo menos por enquanto.

“Se os políticos não tiverem coragem de mudar a legislação eleitoral, de criar um fundo de financiamento de campanha para que não fiquem mais dependentes de empresário, o Brasil não vai ter jeito”, disse o petista.


Sem mencionar o malfadado caixa 2, que deveria ser tipificado como crime, Lula afirmou que o candidato que prestou contas à Justiça Eleitoral sobre doações de campanha feitas por pessoas jurídicas, as quais foram aprovadas, não teria culpa pela transgressão.

“Quando o empresário deu o dinheiro, certamente ele não disse ‘vou te dar o dinheiro, mas é propina’. Se ele avisasse e o candidato aceitasse, deveria ser preso, o empresário e o candidato”, disse o ex-presidente, que questionou: “Se ele (empresário) deu dinheiro, o candidato colocou na prestação de conta e a Justiça Eleitoral aprovou, que culpa tem esse candidato?”

Sempre amparado por sua conhecida desfaçatez, o ex-presidente negou, mais uma vez, que tivesse conhecimento dos casos de corrupção dentro do PT. “Tem muitas coisas que acontecem dentro da sua casa, na sala do lado do seu trabalho, e você não sabe. Você não é obrigado a saber”, disse.

As provas colhidas durante as investigações da Operação Lava-Jato não deixam dúvidas sobre o envolvimento de Lula no maior e mais ousado esquema de corrupção do planeta em todos os tempos, mas ele insiste em destilar falsa inocência.

A roubalheira instituída pelo PT tinha como objetivo primeiro financiar um projeto criminoso de poder, o qual manteria a legenda no governo durante décadas, a exemplo do que ocorreu como o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que durante quase oitenta anos comandou o México.

Se de fato a propina é uma “invenção” dos empresários envolvidos no Petrolão, Lula precisa explicar o que significa o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, cuja reforma ficou a cargo de duas das maiores empreiteiras do País – Odebrecht e OAS –, como pagamento de vantagens indevidas ao petista. O tal sítio é o caso mais escandaloso em termos de corrupção e capaz de mandar Lula passar uma boa temporada contemplando o despertar do astro-rei de forma geometricamente distinta.

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