Discurso do pusilânime Donald Trump sobre violência em Charlottesville volta a provocar indignação

Presidente dos Estados Unidos, o delinquente intelectual Donald Trump voltou a causar indignação, na terça-feira (15), ao atribuir culpa aos dois lados pela violência ocorrida no último fim de semana em Charlottesville, Virgínia, onde supremacistas brancos entraram em confronto com uma marcha antirracismo.

Trump vem recebendo uma avalanche de críticas – de democratas, republicanos e políticos estrangeiros – por evitar responsabilizar diretamente os movimentos racistas pela violência que ganhou a cidade no último sábado (12) e terminou com dezenas de feridos e um morto.

As críticas começaram no próprio sábado, quando Trump culpou “muitos lados” pela violência. Pressionado pela opinião pública, na segunda-feira o republicano condenou explicitamente os neonazistas, repetindo o que fizera dias antes sua filha e conselheira, Ivanka Trump. Agora, o presidente dos EUA voltou ao tom inicial, o que gerou nova onda de protestos.

“A supremacia branca é repulsiva. Essa intolerância vai contra tudo que esse país defende. Não pode haver ambiguidade moral”, escreveu no Twitter o presidente da Câmara dos Representantes, o deputado republicano Paul Ryan.

Marco Rubio, senador republicano pela Florida, dirigiu-se a Trump em uma série de seis tuítes: não se pode permitir, argumentou, que supremacistas brancos fiquem com apenas parte da culpa, se eles pregam uma ideologia que “custou muita dor ao mundo”.


O senador democrata Bob Casey, da Pennsylvania, também negou que houvesse mais de um lado, referindo-se a Charlottesville como um “ataque terrorista”. O ex-vice-presidente Joe Biden, por sua vez, se limitou a uma frase: “Existe apenas um lado.”

O veterano e ex-candidato presidencial John McCain rejeitou a fala de Trump no mesmo tom: “Não há equivalência moral entre racistas e americanos que se levantam para desafiar o ódio e a intolerância”, escreveu no Twitter.

Sem mencionar Trump, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que o racismo e a xenofobia sejam combatidos. O governo alemão, por meio do ministro da Justiça Heiko Maas, classificou as declarações de “inaceitáveis”.

As palavras de Trump foram bem recebidas pela extrema direita americana, que com a chegada do republicano à Casa Branca ganhou sobrevida em um cenário que rejeita o radicalismo, em especial a xenofobia. O histórico dirigente do Ku Klux Klan David Duke enalteceu o presidente por “dizer a verdade” sobre o ocorrido em Charlottesville e condenar os “terroristas” de esquerda.

Donald Trump criticou os líderes empresariais que renunciaram a um conselho consultivo presidencial em protesto à sua reação. Três abandonaram o grupo de trabalho na segunda-feira e, nesta terça, Scott Paul, presidente da Aliança Americana de Manufaturas, disse no Twitter que também estava renunciando à iniciativa. (Com agências internacionais)

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