Gleisi, a ‘Amante’, diz que o PT errou ao aderir a campanhas milionárias e defende fundo bilionário

Nada pode ser mais hipócrita do que o discurso recheado de falso moralismo dos petistas, protagonistas do período mais corrupto da história nacional. Diante desse quadro de delinquência política, a nacional do partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Helena Hoffmann, não escreve sentada aquilo que fala em pé, e vice-versa.

Após tornar-se ré por corrupção em ação pena que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), ser alvo de três operações da Polícia Federal e acusada de recebimento de propina do Petrolão por sete delatores da Operação Lava-Jato, a paranaense Gleisi Helena decidiu condenar a adesão do PT às campanhas milionárias, como se isso não fizesse parte do plano do partido para perpetuar-se no poder.

Esse “non sense” emoldurado pelo cinismo explícito serviu para apoiar a proposta de criação de um fundo R$ 3,6 bilhões (o valor pode ser menor – R$ 2 bilhões) para, alegadamente, financiar a democracia e que seria bancado pelos brasileiros com o objetivo de custear campanhas de políticos velhacos que não querem “largar o osso”.


Conhecida pelos sugestivos e polêmicos codinomes de “Amante” e “Coxa”, os quais estão grafados nas planilhas de propina das empreiteiras do Petrolão – de onde recebeu milhões de reais em malas e mochilas para suas campanhas e despesas pessoais –, Gleisi não corou a face ao garantir que o PT, “desde sempre”, defendeu o financiamento público das campanhas para garantir “transparência”.

Apesar do que diz a senadora, a prática do PT é bem diferente da prédica. Em 2014, os gastos do partido com a reeleição da então presidente Dilma Rousseff alcançaram R$ 350 milhões, tornando-se a mais cara campanha eleitoral da história do País. Contundo, quem conhece os meandros do marketing político sabe que a mencionada campanha custou por volta de US$$ 400 milhões, montante considerado fortuna em qualquer parte do planeta.

De tal modo, o PT, ao contrário do que diz Gleisi Helena, não “errou ao aderir às campanhas milionárias”. Aliás, com a ousada e sistêmica roubalheira, o partido levou o custo das campanhas eleitorais a patamar jamais visto no País.

“A gente defende [o financiamento público] porque fica clarinho no orçamento quanto custa a campanha eleitoral. Do jeito que é hoje, com o financiamento privado das empresas, as empresas doam mais para uns do que para outros, e depois ficam cobrando, e a gente acaba vendo o que está acontecendo aqui. Hoje grande parte desse processo da Lava Jato tem a ver com doações de campanhas eleitorais”, afirmou candidamente Gleisi. Sem esclarecer se quem estava falando era a ‘Coxa’ ou a ‘Amante’.

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