O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a insistir, nesta quarta-feira (1), na necessidade de mudar o atual sistema de imigração americano por outro “que se baseie no mérito”. A afirmação acontece um dia após o atentado realizado na véspera em Nova York por um imigrante do Usbequistão.
Em uma série de mensagens publicadas no Twitter, Trump repercutiu notícia veiculada por diversos meios de comunicação sobre o autor do atentado, Sayfullo Saipov, um usbeque de 29 anos. De acordo com a mídia, Saipov chegou aos EUA há sete anos na esteira do Programa Anual de Visto de Diversidade, sorteio aleatório de vistos para pessoas de nações com baixas taxas de imigração no país, também conhecido como “loteria de vistos”.
O atual inquilino da Casa Branca vinculou os democratas, em especial o líder no Senado, Chuck Schumer, ao programa de vistos e destacou que o sistema de imigração será baseado na meritocracia. “Estamos lutando duro pela imigração com base no mérito, não mais o sistema de loteria dos democratas. Devemos ser muito mais duros (e mais inteligentes)”, enfatizou o presidente.
Na sequência, o senador democrata Chuck Schumer respondeu às críticas de Trump. Em comunicado, Schumer afirmou que a imigração é algo bom para os EUA. “Presidente Trump, ao invés de politizar e dividir os EUA, o que ele sempre parece fazer em épocas de tragédias nacionais, deveria focar na solução real – o financiamento do antiterrorismo -, cujo orçamento ele propôs cortar recentemente.”
Ato contínuo, Trump citou uma declaração de Tony Shaffer, ex-agente da CIA, que disse Fox News que o senador Schumer “ajuda a importar os problemas da Europa”, e prometeu “acabar com esta loucura”.
O atentado aconteceu na região sudoeste de Manhattan, quando Saipov atropelou várias pessoas que estavam no local, algumas delas em ciclovia à margem do Rio Hudson. As autoridades nova-iorquinas qualificaram o atropelamento, que resultou em oito mortos e mais de dez feridos, de um “covarde ato de terrorismo”. Sayfullo Saipov foi atingido por um ou vários disparos no abdômen ao sair do veículo e foi levado para um hospital.
Em vez de apelar ao populismo barato e jogar para a parcela do eleitorado que o colocou no comando da maior potência planetária, Donald Trump deveria rever algumas alianças dos Estados no âmbito internacional, a começar pela Arábia Saudita, onde a família real não apenas segue o wahabismo, corrente radical do Islã que domina o “Estado Islâmico”, como financia o grupo terrorista que tinha como objetivo implantar um califado em parte do Iraque e da Síria. (Com agências internacionais)
