O governo da Síria anunciou nesta terça-feira (7) que pretende aderir ao Acordo de Paris sobre o clima, o que faria com que os Estados Unidos passassem a ser o único país fora do pacto pelo clima.
O anúncio foi feito na 23ª Conferência do Clima da ONU (COP23), em Bonn, na Alemanha. Segundo uma representante síria, os procedimentos internos já foram concluídos para a assinatura do pacto.
Síria e Nicarágua eram os dois únicos países fora do acordo, alcançado no fim de 2015. A Nicarágua, que resistiu dois anos por considerar os termos do pacto insuficientes, cedeu em outubro passado e anunciou sua adesão.
Por outro lado, a Síria estava fora do pacto não por criticá-lo, mas porque, em guerra civil desde 2011 e com vários membros do governo sob sanções europeias e norte-americanas, não havia conseguido enviar representantes para as cúpulas climáticas internacionais.
O representante de Damasco em Bonn não deu detalhes sobre os planos sírios. Com a economia arruinada, o país produz uma fração ínfima das emissões globais, mas todas as nações signatárias apresentaram meta para cumprir o acordo.
Em junho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende retirar o país do pacto, ratificado por Barack Obama em 2015. Essa decisão é mais uma bizarrice de Trump, que insiste em jogar para o seu eleitorado, a despeito dos respeitados estudos que apontam a vulnerabilidade do clima em todo o planeta.
As regras, no entanto, estabelecem que a data mais próxima possível para um país se retirar é novembro de 2020, o que significa que os EUA ainda continuarão signatários até os últimos meses do mandato de Trump, ainda que ele não faça nada para alcançar as metas.
Com o Acordo de Paris, a comunidade internacional se comprometeu a limitar o aumento da temperatura ao teto de 2ºC em relação aos níveis da era pré-industrial e a continuar os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC.
O objetivo requer uma redução drástica das emissões dos gases causadores do efeito estufa, com medidas como economia de energia, maiores investimentos em energias renováveis e reflorestamento. (Com agências internacionais)