Ciente de que Luiz Inácio da Silva caminha na direção de várias condenações, a defesa do petista não pensa duas vezes antes de apresentar recursos, apelações e questionamentos no escopo das muitas ações penais a que o ex-metalúrgico responde.
Uma das recentes manobras dos advogados do responsável pelo escândalo do Petrolão alega que o ex-senador Delcídio Amaral mentiu em depoimento de colaboração premiada. Horas depois da prisão do ex-senador sul-mato-grossense, o UCHO.INFO afirmou que Delcídio não reuniu-se com Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró (ex-diretor da Petrobras), para tratar de assuntos de seu interesse. Lula é réu por obstrução à Justiça.
Na ocasião, este portal afirmou que o então senador foi ao encontro para cuidar dos interesses de algum estrelado do Partido dos Trabalhadores, possivelmente Lula ou Dilma Rousseff. O tempo passou e a delação de Delcídio Amaral confirmou nossas matérias sobre o tema.
Como reza a Constituição Federal, ao réu deve ser garantido o amplo direito de defesa, com direito, inclusive, a recursos dos mais distintos naipes, mas é impossível aceitar rapapés jurídicos apenas porque Lula e seus defensores tentam arrastar a ação penal ao máximo.
Lula tem garantido o direito constitucional de não confessar culpa, mas é importante ressaltar que a alegação de que Delcídio Amaral mentiu é no mínimo torpe. Os advogados de Lula sabem que o ex-senador falou a verdade, a ponto de ter seu acordo de colaboração premiada devidamente homologado pela Justiça.
É fato que um acordo de delação pode ser modificado ou suspenso a qualquer tempo, mas beira o amadorismo imaginar que Delcídio Amaral mentiu, como alega a defesa de Lula, e continua em liberdade.
A situação do ex-presidente da República piora com o passar dos dias, o que tem levado seus advogados a recorrer a expedientes marcados pelo desespero. Por mais que a cúpula petista insista em defender de forma míope e insana o ex-metalúrgico, não se pode negar que o plano do PT era instalar no País uma ditadura esquerdista travestida de democracia.
A ideia do núcleo duro do PT era usar o dinheiro da corrupção para neutralizar a capacidade eleitoral dos adversários, ao mesmo temo em que a chamada base aliada era escandalosamente comprada no Congresso Nacional A estratégia petista contemplava o aparelhamento não apenas da máquina federal, mas também e principalmente do Judiciário, que, lograsse êxito o plano, poderia decidir a favor de um partido que existe sob o manto de organização criminosa.
Em suma, se há nesse episódio alguém que está a abusar da mitomania, com certeza esse é Lula, que cada vez mais está ciente de que dificilmente escapará de novas condenações e, acima de tudo, ficará inelegível. O que deve ser considerado com um trunfo.