Reforma da Previdência: pressionados por servidores, deputados podem perpetuar casta de “marajás”

A decisão de deixar para fevereiro de 2018, após o Carnaval, a votação da necessária reforma da Previdência mostra que políticos não sabem fazer contas, mas são especialistas em jogo sujo quando o assunto é ludibriar a opinião pública. O vai e vem na contabilidade de votos foi tamanho, que o placar de parlamentares favoráveis à reforma mudava ao sabor do dia.

A mudança da data da votação é algo extremamente perigoso para o País, pois há o risco de a reforma ser empurrada para 2019, quando os atuais parlamentares já terão enfrentado as urnas e saberão o humor do eleitorado. A alegação de que é preciso abrir espaço para ouvir os mais diversos segmentos da sociedade é conversa fiada, pois os menos privilegiados sabem que a reforma é tão importante quanto necessária, pois propõe a adoça de uma régua que iguala todos os cidadãos diante da Previdência oficial.

Com a dificuldade para reunir os 308 votos necessários à aprovação da reforma da Previdência, parlamentares acabaram cedendo à pressão dos servidores públicos, tratados como uma casta diferenciada quando a pauta é aposentadoria. Ciente de que esse nicho pode garantir a reeleição de muitos parlamentares, deputados federais dos mais distintos partidos preferiram ceder à pressão, sob a desculpa que esse movimento garantiria maior apoio ao projeto. Uma das propostas é criar novas regras de transição para os servidores que ingressaram no serviço público antes de 2003.


Esse discurso visguento de muitos parlamentares não passa de embuste, pois serve como cortina de fumaça para garantir a perpetuação de privilégios aos servidores públicos, que por meio de afirmações falaciosas tentam manter o direito de receber o benefício na integralidade, ou seja, o mesmo valor recebido por ocasião da aposentadoria. Além disso, os nababos do Estado exigem a continuidade de equiparação do valor da aposentadoria ao salário dos que estão na ativa, com direito, inclusive, a prêmios por produtividade e assiduidade.

Para tal, os servidores públicos invocam a tese do direito adquirido, recepcionado pela Constituição Federal, mas ignoram que a mesma Carta estabelece em seu artigo 5º (caput) que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Contudo, ao que parece, alguns são mais iguais que a extensa maioria.

Os brasileiros não podem aceitar passivamente essa manobra espúria em favor de uma parcela da sociedade que trabalha pouco, ganha muito e se aposenta cedo. Ou os políticos adotam a isonomia como marco da reforma, resistindo à pressão dos servidores, ou os eleitores darão a resposta nas urnas do ano vindouro.

O Brasil vive uma grave crise fiscal, por isso a reforma da Previdência é primordial para o ajuste das contas públicas, sob pena de assim não acontecendo os aposentados em breve deixarem de receber os benefícios. Para tirar o País da grave crise criada na esteira do banditismo político do PT exige sacrifício de todos, sem distinção, inclusive e principalmente dos servidores públicos.

QUER SABER MAIS SOBRE A REFORMA DA PREVIDÊNCIA? ASSISTA AO VÍDEO ABAIXO

Ciente da importância da reforma da Previdência Social, cuja aprovação é primordial para o equilíbrio das contas públicas e para acabar com os privilégios de uma minoria abastada, o UCHO.INFO está veiculando as campanhas publicitárias sem qualquer contrapartida financeira. Tal decisão baseou-se no nosso compromisso de fazer jornalismo sério e de qualidade, levando a cada brasileiro a verdade dos fatos e a melhor informação.

apoio_04