Vapor dos cigarros eletrônicos contém níveis perigosos de cromo, níquel e chumbo

Uma pesquisa da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, em Maryland, nos Estados Unidos, revelou que o vapor dos cigarros eletrônicos contém níveis perigosos de cromo, níquel e chumbo, além de outros doze metais nocivos à saúde.

Os pesquisadores suspeitam que o problema possa estar nas bobinas de aquecimento dos dispositivos, que contaminam os vapores gerados pelo mecanismo do equipamento. Ou seja, se o cigarro em si á extremamente danoso à saúde, a versão eletrônica pode ser pior por outras vias.

Os especialistas chegaram a essa conclusão depois de analisar os cigarros eletrônicos de 56 voluntários. Os resultados são um alerta para aqueles que utilizam o cigarro eletrônico.

“É importante que a FDA (Food and Drug Administration) – agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA –, as empresas fabricantes [dos cigarros eletrônicos] e os próprios utilizadores saibam que essas bobinas, como são feitas atualmente, deixam passar metais tóxicos que depois são inalados”, advertiu Ana María Rule, coordenadora da pesquisa.


Fugindo do tabagismo

O cigarro eletrônico, também chamado de e-cigarro, é um dispositivo movido à bateria que simula a experiência de um cigarro comum, supostamente com menos riscos à saúde por conter apenas vapores de nicotina, sem o alcatrão e as centenas de outras substâncias nocivas que o produto carrega.

Os cigarros eletrônicos tornaram-se populares últimos anos, principalmente entre a população mais jovem e os fumantes que desejam uma forma menos nociva de consumir a nicotina.

No Brasil, onde o e-cigarro tem a sua comercialização proibida, o produto tem gerado muita curiosidade e angariado adeptos, que adquirem o dispositivo através sites na internet ou em viagens a países que permitem a sua venda, como Estados Unidos, França, Itália e Portugal.

Substâncias carcinogênicas

Várias das substâncias carcinogênicas do cigarro convencional podem ser encontradas em algumas marcas de e-cigarro. Testes laboratoriais realizados em 2009, pelo FDA, identificaram produtos químicos cancerígenos e tóxicos, incluindo ingredientes usados como anti-congelante, em 20 marcas de e-cigarros, sendo 2 delas entre as líderes de vendas no mercado.

Um estudo de 2014 descobriu que o vapor produzido a partir dos cigarros eletrônicos com maior potência do atomizador continha grandes quantidades de formaldeído e acetaldeído, agentes que podem provocar câncer com certa facilidade.

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