Escândalos de corrupção envolvendo tucanos comprometem a empacada candidatura de Geraldo Alckmin

Incompetente durante mais de uma década como partido de oposição, o PSDB tenta se reinventar às presas na esperança de colher bons resultados nas eleições de outubro próximo. Cercados por escândalos de corrupção que brotam de todos os lados, os tucanos fingem ignorar o assunto, como se a legenda fosse blindada contra esse tipo de situação.

Na contramão da realidade, o ex-governador Geraldo Alckmin, presidente nacional do PSDB, tenta impulsionar sua candidatura rumo ao Palácio do Planalto, mas os números das mais recentes pesquisas de opinião mostram que a tarefa será árdua, sem garantia de sucesso. Ou seja, Alckmin corre o risco de tropeçar nas urnas.

Em matéria publicada anteriormente, o UCHO.INFO afirmou que em termos políticos a melhor saída para Geraldo Alckmin seria concorrer ao Senado Federal, deixando a disputa pela presidência aos que têm prometido aquilo que será impossível cumprir. A economia brasileira recupera-se em velocidade extremamente lenta, situação que faz mais carrancudo o horizonte nacional. E o próximo inquilino do Palácio do Planalto terá sobre a escrivaninha presidencial um sem fim de “abacaxis” a serem descascados.

Acusado por delatores da Operação Lava-Jato de ter recebido contribuição de campanha não contabilizada por meio do cunhado, Alckmin deu-se bem quando o caso foi considerado “caixa 2” e remetido à Justiça Eleitoral. O caminho fica livre, mas a mácula não sairá tão fácil até a corrida presidencial. Afinal, “caixa 2” é crime e ninguém garante que o dinheiro doado não era fruto de propina.

Como se não bastasse, o PSDB enfrenta problemas em outras frentes. Em Minas Gerais, um dos maiores colégios eleitorais do País, o tucanato está às voltas com a situação de Eduardo Azeredo, que no Superior Tribunal de Justiça (STJ) teve negado pedido de liminar para suspender os efeitos da condenação à prisão (20 anos e 10 meses) por envolvimento no escândalo conhecido como “Mensalão Mineiro”.


Ainda em Minas, o PSDB tenta desatar um nó que pode não apenas piorar a difícil situação da legenda, mas despejar mais empecilhos sobre a candidatura de Geraldo Alckmin. O ex-governador paulista tenta convencer Aécio Neves a desistir da reeleição, mas não tem obtido sucesso. Há dias, Aécio tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e obstrução à Justiça. O caso envolve um pedido de propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F. O senador alegou que se tratava de um pedido de empréstimo para pagar advogados, mas a desculpa não convenceu.

Na maior cidade brasileira, São Paulo, o PSDB também enfrenta problemas. Dias antes de João Agripino Dória Junior deixar a Prefeitura paulista – descumpriu promessa de campanha – para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, surgiu um escândalo de corrupção na órbita da Parceria Público-Privada (PPP) da iluminação pública. Exonerações aconteceram no vácuo da eclosão do caso, assim como as autoridades e a Justiça determinaram a imediata suspensão do contrato.

O novo prefeito da capital paulista, Bruno Covas, tem o desafio de tentar solucionar o imbróglio, mas sem prejudicar o partido e seus candidatos aos mais diversos cargos eletivos. Porém, com as mudanças promovidas na estrutura da administração municipal, Bruno Covas dá sinais de que está com disposição de sobra para levar o assunto em banho-maria. Não fosse essa intenção, o alcaide paulistano jamais teria transferido o então secretário de Serviços e Obras, Marcos Penido, para a Secretaria de Prefeituras Regionais, com direito a levar na bagagem a PPP da iluminação pública.

De quebra, a Justiça de São Paulo tornou réus cinco ex-presidentes do Metrô de São Paulo, entre eles o atual secretário de Transportes do estado, Clodoaldo Pelissioni, e o chefe de gabinete da Prefeitura de São Paulo, Sérgio Avelleda. O atual presidente do Metrô, Paulo Menezes, também é réu. Todos são acusados no caso da compra, por R$ 615 milhões, de 26 trenspara a Linha-5 do metrô, mas que ficaram parados.

A respectiva ação civil por improbidade mira o período das gestões dos tucanos José Serra, Alberto Goldman e Geraldo Alckmin no estado. Para piorar o que já é ruim, o PSDB, rachado desde a fundação da legenda, continua fermentando a cizânia. Em outras palavras, no ninho tucano sobram problemas e desculpas, faltam propostas e soluções.

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