O desespero dos petistas diante da prisão do criminoso Lula está fora de controle e compromete a estratégia traçada pela defesa do ex-metalúrgico, que tenta reconquistar a liberdade à sombra de interposição sequencial de recursos.
Condenado a doze anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro – outras condenações estão a caminho – Lula insiste em manter a chama política acesa como forma de evitar o desmonte do PT, que cada dia mais sofre com a discórdia entre as várias correntes ideológicas existentes na legenda.
O plano de manter a candidatura de Lula à Presidência, o que juridicamente é considerado uma insanidade, tem levado alguns “companheiros” a atos que são verdadeiras odes ao absurdo. Presidente nacional do partido, a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann não mede esforços para protagonizar sandices. A mais recente foi um vídeo gravado para a rede de televisão qatariana Al Jazeera, em que pede a participação do “mundo árabe” na defesa de Lula e na recuperação da democracia brasileira.
Gleisi Helena não é um monumento à intelectualidade, todos sabem, mas uma senadora da República precisa ter doses rasas de conhecimento para evitar vexames consecutivos. E nesse quesito a presidente dos petistas tornou-se especialista.
No momento em que faz um chamamento aos países árabes para que defendam Lula e o Brasil, Gleisi está a violar o bom senso, pois a democracia está em pleno funcionamento no País e ao ex-presidente não foi negado o direito da ampla defesa, como prevê a Constituição. De igual modo, o julgamento de Lula seguiu o devido processo legal. Resumindo, a cantilena do “preso político” é invencionice rasteira de quem não admite o protagonismo na roubalheira institucionalizada.
Por outro lado, os petistas continuam a desfiar a Justiça, a exemplo do que fazia Lula enquanto aguardava o resultado dos recursos judiciais. Líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, o petista Paulo Pimenta é o que se pode chamar de monumento à petulância.
Ainda acostumado a tratar os adversários na base do tacape, pois assim agiam os petistas nos tempos palacianos, Pimenta anunciou que visitará o ex-presidente Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, às 11 horas da próxima terça-feira (24), com ou sem autorização da juíza Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara de Execuções Penais da capital paranaense.
Acolhendo pedido da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a magistrada autorizou a visita de senadores ao ex-presidente, mas o deboche explicito de alguns parlamentares atrapalhará as intenções de outros “camaradas”.
Alguns senadores que foram a Curitiba admitiram que a visita, viabilizada por meio de um truque, foi política, pois Lula é um preso político, não para averiguar as condições da cela. Ao contrário do que pensa a escória da esquerda nacional, Lula é um político preso por crimes comuns – no caso em questão a ordem dos fatores altera o produto. E nessa condição deveria estar em uma unidade do sistema prisional do Paraná, não em sala do tipo “Estado Maior”, arranjada às pressas para abrigar um delinquente que continua acreditando que está acima da lei e de todos.
Paulo Pimenta, do alto da sua conhecida arrogância, arrisca dizer que todo parlamentar tem garantido o direito de inspecionar qualquer prédio público, como se o Brasil fosse propriedade do PT e seus decadentes satélites ideológicos.
Considerando que Lula está contrariado com a solidão que embala o cárcere, Paulo Pimenta deve insistir em seu desafio, pois essa anunciada epopeia deve acabar em prisão. Só assim Lula terá um companheiro de cela. Lembrando que o ex-petista César Benjamin, em artigo publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, afirmou que Lula tentou abusar sexualmente de um colega de cela, quando esteve preso no Dops, em 1980.
O comportamento de Gleisi Hoffmann e de Paulo Pimenta, como de outros tantos “companheiros”, em nada ajuda. Na verdade, essas incursões bizarras, aqui e acolá, servem para blindar o Judiciário contra a pressão exercida pelos aduladores do ex-presidente. Continuem assim, o País agradece!