A ópera bufa protagonizada pela cúpula petista contra a prisão de Lula, o alarife do Petrolão, começa a gerar os primeiros efeitos colaterais. O que mostra que o dramalhão encenado pelos companheiros já pode ser considerado “tiro no pé”. Esse quadro decorre de pedido da Polícia Federal, em, Curitiba para transferir o ex-presidente da República a outra unidade prisional.
Na última sexta-feira (20), em caráter sigiloso, a PF solicitou à juíza Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, que o petista-mor deixe a “sala de Estado-Maior” especialmente preparada para que ele iniciasse o cumprimento da pena de prisão (doze anos e um mês).
Na segunda-feira (23), a magistrada, responsável pela execução da pena do ex-metalúrgico, determinou que o pedido seja analisado em processo à parte. “Autue-se em apartado o expediente”, escreveu Lebbos em seu despacho.
Desde a chegada de Lula à Superintendência da PF na capital paranaense, em 7 de abril, os advogados responsáveis pela defesa do ex-presidente da República não solicitaram à Justiça a remoção do apenado para unidade prisional próxima à família, como garante a Lei de Execução Penal (LEP). A não manifestação da defesa é compreensível, pois o cumprimento da pena na PF de Curitiba é aos advogados e principalmente aos familiares do petista.
Como se não bastasse, a PF alegou no pedido que 300 mil mensais é o custo para garantir a segurança do ex-presidente e do prédio onde funciona a corporação. O montante é destinado ao custeio de diárias, deslocamentos e servidores extras.
Também na segunda-feira, a juíza Carolina Lebbos rejeitou pedido de 14 pessoas que queriam visitar Lula na “cela” sob a alegação de que são seus amigos. A magistrada determinou que as visitas a Lula são restritas aos familiares (às quintas-feiras) e liberada todos os dias aos advogados.
Contrariando as armações de parlamentares da esquerda (Câmara e Senado), que criam comissões especiais para averiguar as condições da cela, Lula não tem reclamado da sala em que encontra-se preso, pelo contrário, assim como vem elogiando o tratamento dispensado pelos agentes da PF, mas queixa-se do isolamento.
Se a militância petista, incendiada pelos discursos descabidos da senadora Gleisi Helena Hoffmann, aceitasse a condenação e desistisse do espetáculo pífio que toma conta das imediações da PF, talvez Lula pudesse continuar na cela que nem mesmo em sonho retrata a realidade do sistema penitenciário nacional. Como a “companheirada” crê que Lula está acima da lei e de todos, a balbúrdia esquerdista deve continuar por mais algum tempo.