Gleisi defende que ações de Lula tramitem em SP, mas processou o editor do UCHO.INFO no Paraná

Exigir que políticos sejam coerentes é tarefa hercúlea, mas a missão torna-se impossível quando em cena está a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e escalada para atuar como para-choque de Lula, que cumpre de prisão em Curitiba por corrupção e lavagem dinheiro.

Era esperado que Gleisi Helena comemoraria de forma efusiva a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que na terça-feira (24) retirou da alçada do juiz Sérgio Moro trechos da delação de ex-executivos da Odebrecht que comprometem o ex-presidente nos casos do sítio em Atibaia e da compra de terreno para o instituo que leva o nome do petista.

É fato que a decisão dos ministros da Segunda Turma foi atabalhoada e, após recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR), poderá acabar no plenário da Corte – o que deve complicar a vida de Lula –, mas a manifestação de Gleisi sobre o tema foi uma rumorosa ode à incoerência.

Sempre agindo como obediente cão de guarda de Lula, a senadora paranaense subiu à tribuna do Senado, na quarta-feira (25), para rebater a fala de um oposicionista, que acertadamente criticou a decisão do STF, mas aproveitou o ensejo para regurgitar seu pífio conhecimento jurídico. Não obstante, Gleisi deixou claro em seu palavrório descontrolado que aquilo que fala em pé não escreve sentada. EM outras palavras, é uma incoerente de quatro costados.


Sobre a transferência de trechos da delação da Odebrecht para a Justiça Federal em São Paulo, a presidente do PT disparou: “Esses fatos têm que ser julgados ou têm que ser investigados onde, de fato, eles aconteceram, que é no Estado de São Paulo. Não tem por que eles serem julgados no Estado do Paraná. Foi isso que o Supremo definiu”.

“Portanto, a decisão ontem do Supremo, que é uma decisão correta à luz da Constituição e da legislação brasileira, coloca sob dúvida, inclusive, a competência do Juiz Sergio Moro de julgar esse processo. São processos que deveriam ter sido apurados e julgados no seu foro competente. Qual? O Estado de São Paulo”, emendou a parlamentar.

Se, como disse, os fatos “têm que ser julgados ou têm que ser investigados onde, de fato, eles aconteceram”, Gleisi Helena deveria fazer um exame de consciência, se é que tem aptidão para tal, e rever suas atitudes, pois não da maneira vociferada que age a senadora.

Se a presidente dos petistas não se recorda, o UCHO.INFO ajuda a clarear a memória. Incomodada com notícias deste reconhecido portal de notícias, que foi responsável pela denúncia de corrupção que levou à prisão Lula e alguns integrantes de sua turba, a senadora decidiu processar o editor no Paraná, mesmo sabendo que seu domicílio é na capital paulista. E os advogados da senadora tinham ciência disso, pois a notificação judicial foi entregue no endereço do editor do portal.

“Fulanização” da estupidez, o que explica o grau de saturação do País em relação às suas bizarrices comportamentais e discursiva, Gleisi desrespeitou não apenas o que determina a legislação vigente no que tange o domicílio do réu, mas principalmente a sua convicção jurídica acerca do foro adequado para o trâmite processual. Ou será que o pensamento jurídico de Gleisi Helena varia de acordo com a necessidade de Lula?

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