Uso de forças federais para desobstruir estradas e liberar acesso a refinarias começa a surtir efeito

Faltando poucos minutos para as 14 horas desta sexta-feira (25), o presidente da República, Michel Temer, anunciou que o governo usará as forças federais de segurança para desobstruir diversas rodovias do brasileiras, interditadas por caminhoneiros, e liberar o acesso às refinarias.

A decisão, tomada como resposta à desobediência dos caminhoneiros, que seguem com a paralisação após acordo com o governo, foi tardia, mas necessária e dentro da lei. No momento em que integrantes da assessoria de Temer identificaram a fragilidade da liderança do movimento, o governo deveria ter endurecido o jogo e abandonado o diálogo. Afinal, os representantes dos caminhoneiros chegaram à mesas de negociações com excesso de reivindicações.

O ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, que participou de reunião de emergência no Palácio do Planalto, afirmou que as forças militares atuarão de maneira “rápida” e “enérgica” para liberar as estradas bloqueadas por caminhoneiros. A declaração foi dada após reunião com os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, quando foi definida o modo de atuação dos militares.

Para que os militares possam atuar nesse caso específico, a Presidência da República precisou editar decreto autorizando as ações, que contemplam inclusive a remoção de caminhões por integrantes das Forças Armadas, caso os caminhoneiros se recusem a fazê-lo (Constituição Federal, artigo 5º, inciso XXV).


Segundo o ministro da Defesa, as Forças Armadas atuarão na distribuição de combustível nos pontos críticos; escolta de comboios; proteção de infraestruturas críticas; desobstrução de vias e acessos às refinarias, bases de distribuição de combustíveis e áreas essenciais.

“A principal atividade é preservar as infraestruturas críticas, preservar o movimento dessas áreas mais críticas, particularmente de refinarias – entradas e saídas -, portos e aeroportos, de modo que permita a circulação e evitar o desabastecimento das áreas onde a sociedade já está se ressentindo. Esse é o trabalho que as forças vão fazer”, declarou Silva e Luna.

Sem dúvida o fim da paralisação dos transportadores era necessário e urgente, até porque um país não pode ficar refém de um movimento criminoso, mas é preciso que as autoridades identifiquem e punam, de acordo com o que determina a legislação vigente, os responsáveis por esse protesto descabido.

As mazelas de uma nação democrática em hipótese alguma podem ser resolvidas com radicalização e polarização, apenas porque uma minoria oportunista e obsoleta aposta na irresponsabilidade como atalho para alcançar seus objetivos. De igual modo, a classe política não pode usar o caos com fins eleitorais, como aconteceu no Congresso Nacional de maneira açodada.

O uso das forças militares começa a surtir efeito, com algumas refinarias retomando a normalidade após a presença de integrantes das Forças Armadas. O melhor a ser feito pelos líderes do movimento a essa altura dos acontecimentos é pedir aos liderados para que as estradas sejam liberadas, uma vez que o governo está avançando no cumprimento do acordo.

apoio_04