De resenha descabida de escritor a rosário enviado pelo papa, defesa milionária de Lula recorre a tudo

Com a ajuda da cúpula do Partido dos Trabalhadores, a milionária defesa de Lula continua insistindo no plano absurdo de transformar Lula no mais probo dos brasileiros e alvo de perseguição política e caçada judicial. A estratégia é tão absurda, que os envolvidos na trama desdobram-se em esforços na esperança de alcançar o objetivo.

Nesta segunda-feira (11), em depoimento ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato, o escritor Fernando Morais abusou do deboche ao relatar comentário do cantor Bono Vox sobre o petista-mor. O vocalista do U2, segundo Morais, teria comparado Lula ao sul-africano Nelson Mandela.

Biógrafo de Lula e testemunha do petista no caso do sítio em Atibaia, o escritor acabou repreendido por Moro. “Aqui não é lugar para propaganda”, disse o juiz da Lava-Jato, determinando que o diálogo não constasse dos autos do processo. Na sequência, o advogado Cristiano Zanin Martins rebateu: “Mas é importante, porque faz parte da história do Lula”.

Zanin Martins defendeu as declarações de Fernando Morais, alegando que o depoimento do escritor fazia referência à reputação do seu cliente. Contudo, configura devaneio exacerbado falar em reputação quando no banco dos réus está o alarife do Petrolão.

Rosário do papa

Mas a investida dos “companheiros” não parou na 13ª Vara Federal de Curitiba. Também na capital dos paranaenses, um suposto enviado do papa Francisco tentou, sem sucesso, visitar Lula na prisão.

O advogado argentino Juan Grabois, assessor do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz, órgão extinto em 2017 e incorporado ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, foi impedido pela Polícia Federal de encontrar o ex-presidente.


A página do Pontifício Conselho na internet continua ativa, mas sem atualizações desde novembro de 2017. Um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Excluídos e da Confederação da Economia Popular, Grabois é professor universitário e foi nomeado pelo papa como um dos 15 consultores do Conselho em 11 de junho de 2016.

Em 17 de agosto de 2016, o Papa determinou o fim do órgão a partir de 1º de janeiro do ano seguinte e sua incorporação ao novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

“A partir dessa data, deixam de exercer suas funções e serão abolidos o Pontifício Conselho de Justiça e Paz, o Pontifício Conselho ‘Cor Unum’, o Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes e o Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde”, destaca a decisão do Sumo Pontífice.

Como esperado, o Instituto Lula não perdeu tempo para faturar a partir da fracassada investida de Juan Grabois. Em sua página eletrônica, o instituto descreveu o advogado argentino como “emissário do papa Francisco para assuntos de Justiça e Paz” e destacou que o objetivo da vista era entregar a Lula um rosário enviado pelo chefe da Igreja Católica.

Lula está autorizado a receber visitas às segundas-feiras para apoio espiritual, mas Grabois foi barrado por não ter qualquer função religiosa. O Instituto Lula afirmou que o rosário foi entregue às autoridades policiais para que chegasse a Lula, mas a PF negou ter recebido o objeto.

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