Doria adere à política velhaca e troca cargos na prefeitura de SP por apoio à candidatura ao governo

Ex-prefeito de São Paulo, o tucano João Agripino da Costa Doria Junior tenta passar ao eleitorado a falsa ideia de que representa o novo na política. Gazeteiro profissional, Doria, pré-candidato do PSDB ao governo paulista, é o que se conhece como “mais do mesmo”, mas com uma roupagem para confundir a opinião pública.

Líder nas pesquisas sobre a corrida ao Palácio dos Bandeirantes, João Doria só está na dianteira porque é grande o desejo dos paulistas em exterminar a esquerda na mais importante unidade da federação. Mesmo assim, se depender dos votos dos eleitores paulistanos o candidato tucano terá de voltar para casa e repensar sua atuação no universo da política.

Apesar dos discursos supostamente inovadores, Doria parece ter apreço pelo comportamento dos políticos velhacos. Afinal, ele vem oferecendo cargos na prefeitura de São Paulo em troca de apoio à sua candidatura. Ou seja, João Doria está a fazer o que sempre condenou.

Essa investida condenável tem o objetivo de atrair os apoiadores do governador Márcio França (PSB), que tentará a reeleição e vem adotando prática idêntica para manter os atuais apoiadores de sua candidatura. O balcão de negócios tem como pano de fundo o tempo de televisão. Enquanto João Doria tem 2 minutos e 59 segundos, Márcio França tem 2 minutos e 18 segundos. A diferença pode não parecer grande, mas em campanha eleitoral e em cima do ringue um segundo representa uma vida.


Depois de rasgar a promessa de cumprir o mandato de prefeito até o final, João Doria usa a administração paulistana como moeda de troca, operação que conta com a aquiescência de Bruno Covas, atual comandante da maior cidade brasileira.

Para um partido que tenta se equilibrar sobre o discurso moralista, a atitude de Doria é um doloroso tiro no pé. O ex-prefeito deveria imbuir-se de coragem e explicar aos moradores da cidade de São Paulo o escândalo de corrução que surgiu na esteira do processo da PPP da Iluminação Pública.

O caso veio à tona no começo de 2018, mas até agora ninguém foi punido como manda a lei. Aliás, alguns dos participes do esquema continuam na máquina pública paulistana e controlando o processo que ainda privilegia o consórcio FM Rodrigues/Consladel, que, segundo denúncia feita ao Ministério Público de São Paulo pagava propina para prejudicar o concorrente.

Se o desejo do eleitorado é a mudança, que os paulistas pensem duas vezes antes de votar em João Doria Junior, que na cidade de São Paulo se dedicou a fazer espuma à vontade e por todos os lados. Afinal, um estado com a importância de São Paulo não se governa com discurso fácil e marketing de embuste, assuntos que o candidato do PSDB domina com maestria.