Marcada pela irresponsabilidade, greve dos caminhoneiros derrubou produção industrial em maio

No final de maio, uma parcela da população foi ao delírio com a criminosa paralisação dos caminhoneiros, missa encomendada por um grupelho que acreditava na possibilidade de o movimento abrir caminho para um golpe militar.

Essas “viúvas” da ditadura militar, desprovidas de massa cinzenta e incapazes de enxergar além da bizarrice que exalam, não querem compreender o momento atual vivido pelo País e muito menos atentam para as consequências de um ato marcado pela irresponsabilidade. Apostam na radicalização como solução para os problemas, mas ignoram as consequências.

Por conta da greve dos caminhoneiros, a produção industrial brasileira caiu 10,9% em maio, na comparação com abril. Foi a maior queda do indicador desde dezembro de 2008, com recuo de 11,2%. Apesar de nesse caso específico a comparação com o mês precedente ser válida, o mais lógico em termos de análise econômica é comparar com o mesmo mês do ano anterior.

Na comparação com maio do ano passado, o recuo chegou a 6,6%, o mais intenso desde outubro de 2016, que foi de 7,3%, interrompendo doze meses consecutivos de altas. Apesar disso, a indústria brasileira ainda acumula altas de 2% no ano e de 3% em doze meses.


“A greve desarticulou o processo de produção em si, seja pelo abastecimento de matéria prima, seja pela questão da logística na distribuição. A entrada do mês de maio caracterizou uma redução importante no ritmo de produção”, explicou André Macedo, coordenador da pesquisa.

O patamar de produção industrial retornou a um nível próximo ao de dezembro de 2003, ficando 23,8% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011.

Atividades da indústria

De abril para maio, o recuo atingiu as quatro grandes categorias econômicas, com destaque para os bens de consumo duráveis, que tiveram queda de 27,4%. Os bens de consumo semi e não duráveis caíram 12,2%. As demais categorias tiveram os seguintes decréscimos: bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos (-18,3%), e bens intermediários, isto é, os insumos industrializados para o setor produtivo (-5,6%).

Das 26 atividades pesquisadas, 24 tiveram queda na produção. As principais influências negativas vieram dos veículos automotores, reboques e carrocerias (-29,8%), dos produtos alimentícios (-17,1%) e de bebidas (-18,1%), todas pressionadas pela paralisação dos caminhoneiros.

Os únicos segmentos com alta na produção foram coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%) e de indústrias extrativas (2,3%). (Com ABr)