Governo Temer ainda não se pronunciou sobre operação da PF no Ministério do Trabalho

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (5) a terceira fase da Operação Registro Espúrio, com o objetivo de combater uma organização criminosa que atuava na concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho.

Os policiais federais saíram às ruas para cumprir dez mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária, em Brasília e no Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da Operação Lava-Jato na Corte.

“Além das buscas, a pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, serão impostas aos investigados medidas cautelares consistentes em proibição de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com os demais investigados ou servidores da pasta, bem como a suspensão do exercício do cargo”, diz a nota da PF.


A PF informou que a ação decorre de investigações e da coleta de material nas primeiras fases da Operação Registro Espúrio, que indicam para a participação de novos suspeitos e “apontam que importantes cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com pessoas comprometidas com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas praticadas na pasta”.

O PTB, partido que controla o Ministério do Trabalho, informou no início da tarde que abre mão da pasta, mas o governo até o momento não decidiu o que fazer, mesmo depois da decisão do STF de afastar o ministro Helton Yomura (ao centro na foto), apadrinhado por Roberto Jefferson, presidente nacional do partido, e pela deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ).

O silêncio do governo diante do caso é estranho, pois não se pode esquecer que o presidente Michel Temer afirmou, tempos atrás, que seria afastado do cargo todo ministro ou assessor alvo de investigação, assim seriam demitidos os que tornarem-se réus.

Pois bem, Temer não apenas ignorou a promessa feita – Yomura deveria ser demitido –, mas aguardou o PTB anunciar que abre mão do ministério. Para um governo que tem baixíssimo índice de aprovação e bambeia na corda dos escândalos, o melhor seria se antecipar e demitir o ministro do Trabalho.