Mais alguns dias e manobra espúria de desembargador do TRF-4 teria endosso do ”camarada” Toffoli

Na política inexistem coincidências, o que explica o caos institucional instalado no País. Ao mesmo tempo, para a sorte dos brasileiros de bem, o Partido dos Trabalhadores sofre de um problema crônico: incapacidade para combinar com antecedência. Por isso muitas das ações da legenda terminam como verdadeiras “pataquadas”.

Condenado e preso (doze anos e um mês de prisão) por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do malfadado apartamento triplex no Guarujá, no litoral paulista, Lula, o alarife do Petrolão, há muito tenta escapar do cárcere, obrigando sua milionária defesa a dezenas de recursos fracassados. Afinal, o Supremo Tribunal Federal (STF) fechou questão em relação ao cumprimento provisório de pena após sentença de segundo grau.

A mais recente investida, que também fracassou, teve na proa o juiz Rogério Favreto (na foto beijando Lula), do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), petista de quatro costados que no vácuo de decisão absurda ganhou o status de “desembargador de porta de cadeia”.

A pífia manobra petista não foi por acaso, mas, sim, de caso pensado, mas pecou por um detalhe importante: a cronologia. O objetivo principal do pedido de habeas corpus, formulado por três deputados federais do PT (Paulo Teixeira, Wadih Damous e Paulo Pimenta), era colocar Lula em liberdade, mesmo que por pouco tempo, para que o ex-metalúrgico pudesse encenar alguma fanfarronice esquerdista e gravasse alguns vídeos com vistas às eleições que se aproximam.

Apesar desse plano bandoleiro, Lula poderia permanecer mais tempo em liberdade, pois Favreto é não apenas ligado visceralmente ao PT, mas também o ministro Dias Toffoli, do STF, que recentemente comandou movimento da Segunda Turma da Corte para deixar o ex-patrão José Dirceu livre.

Por conta de viagens internacionais do presidente Michel Temer (MDB), programadas para depois do dia 6 de junho, a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha assumirá interinamente o comando do País, já que os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados não podem ocupar o cargo como determina a legislação eleitoral. Do contrário, o senador Eunício Oliveira (MDB-CE) e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) ficariam inelegíveis. O que de certa forma seria um enorme favor ao País.


Com Cármen Lúcia assumindo interinamente a Presidência da República, o comando do STF passaria ao atual vice-presidente da Corte, Dias Toffoli (à esquerda na foto), petista conhecido, ex-advogado do PT e outrora assessor de José Dirceu na Casa Civil.

No caso de Toffoli assumir o bastão do STF, a decisão ousada e obtusa do desembargador Rogério Favreto encontraria amparo jurídico de conveniência na Suprema Corte, que por causa do recesso precisaria de decisão monocrática para manter Lula em liberdade por mais algum tempo.

Situação igualmente perigosa também poderia surgir da decisão de encomenda do juiz Favreto. Caso tivesse alcançado a liberdade provisória – seria facilmente derrubada pelo plenário do STF –, Lula poderia fugir do País ou refugiar-se na embaixada de alguma nação alinhada ideologicamente do PT, partido que já foi comparado a uma organização criminosa. Algo que as investigações da Operação Lava-Jato comprovam à sombra de minúcias.

O plano criminoso, verdadeiro golpe, fracassou porque o PT alcançou o topo do desespero, exigindo dos “camaradas” atitudes marcadas pela insensatez e pelo atropelo. O pedido de habeas corpus impetrado por deputados petistas confirma o que todos já sabem: a milionária defesa de Lula vem colecionando derrotas seguidas, sem fazer jus aos honorários milionários.

Aliás, aproveitando o ensejo, Lula, que permanecerá atrás das grades por mais alguns anos, poderia explicar aos brasileiros o segredo do milagre da multiplicação. Afinal, o petista-mor, em depoimento à Justiça Federal do DF, afirmou que recebe aproximadamente R$ 30 mil por mês, considerados nesse valor salário de presidente de honra (sic) do PT, aposentadoria e pensão da finada esposa. E com esse montante é impossível custear uma defesa que conta com criminalistas renomados e um especialista em direitos humanos com escritório em Londres.