Condenação de Claudia Cruz abre caminho para investigar esposas e amantes dos corruptos da Lava-Jato

A decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) de condenar a jornalista Claudia Cruz a dois anos e seis meses de prisão acendeu a luz vermelha no universo dos criminosos envolvidos no maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão.

Condenada por manutenção de depósitos não declarados no exterior (evasão de divisas), Claudia Cruz, que é casada com o ex-deputado federal Eduardo Consentino Cunha (MDB-RJ), foi absolvida em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba e responsável pelas ações penais da Operação Lava-Jato.

Apesar da decisão de Moro, os desembargadores da 8ª Turma do TRF-4 entenderam haver no processo provas suficientes para condenar a jornalista, que usou dinheiro de corrupção para comprar produtos luxuosos no exterior.

Considerando que, de acordo com a Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (artigo 5º, caput), não há razão para que as esposas ou companheiras de outros condenados na Lava-Jato permaneçam impunes.


Em muitos casos, como já relatou o UCHO.INFO em matérias anteriores, as companheiras dos criminosos não apenas conheciam a origem ilícita do dinheiro, mas faziam uso dos recursos de maneira acintosa, no melhor estilo ostentação.

Como noticiou este portal, a esposa de um ex-executivo de uma empreiteira flagrada na Lava-Jato mantém até hoje em seu nababesco apartamento, localizado em região nobre da cidade de São Paulo, um closet de fazer inveja às mulheres mais consumistas do planeta. Sapatos que custam de US$ 2 mil a US$ 4 mil o par e bolsas que valem mais de US$ 10 mil são alguns dos itens desse armário que abriga itens adquiridos com dinheiro de propina. Isso sem falar nas joias caríssimas que recheiam os respectivos cofres.

A falsa inocente em questão prefere ignorar a realidade, enquanto o marido cumpre pena de prisão domiciliar, com direito a tornezeleira eletrônica e comparecimento sistemático perante a Justiça. Que nenhuma dessas companheiras de corruptos venha com o discurso de que desconhecia a ação criminosa, pois, até onde se sabe, dinheiro não nasce em árvore e nenhum humano descobriu, por enquanto, o milagre da multiplicação.

Sendo assim, o Ministério Público Federal e a Justiça deveriam se debruçar mais uma vez sobre os inquéritos da Lava-Jato, chamando essas cândidas e parvas senhoras para as devidas explicações, pois o princípio da isonomia não pode passar ao largo desse escândalo. Ou seja, o pau que bate em Chica, bate em Francisca. Com a palavra, as autoridades da Lava-Jato.