Advogado de longa data do atual presidente dos Estados Unidos, Michael Cohen gravou uma conversa com o republicano em que ambos tratam de pagamentos a Karen McDougal, ex-modelo da revista Playboy, informou nesta sexta-feira (20) o jornal “The New York Times”.
McDougal afirma ter mantido relacionamento com Donaldo Trump entre 2006 e 2007, época em que o estabanado magnata americano já estava casado com a atual primeira-dama dos EUA, Melania Trump.
A gravação, feita secretamente, está em poder do FBI, que realizou busca e apreensão no escritório de Cohen, em Nova York, no início deste ano. O advogado, que não mais defende Trump, é investigado por conta de outros pagamentos, realizados antes da eleição presidencial de 2016, para silenciar mulheres com histórias constrangedoras sobre o bilionário.
A tal gravação não apenas revela mais um escândalo envolvendo o presidente americano, mas levanta a suspeita de que Cohen poderia usar jurídica e politicamente essas e outras informações sobre Trump, acumuladas ao longo dos anos.
Atual defensor de Trump, o advogado Rudolf Giuliani, ex-prefeito de Nova York, confirmou a veracidade da gravação, mas ressaltou que o pagamento à modelo jamais foi feito. Giuliani sugere que a alegada inexistência do pagamento comprova o não cometimento de uma transgressão.
“Nada nesta conversa sugere que ele tivesse qualquer conhecimento de forma antecipada”, afirmou Rudy Giuliani, explicando que seu cliente orientou Cohen a fazer o pagamento em cheque, não em espécie.
“No grande esquema das coisas, é uma prova de defesa poderosa”, completou Giuliani. Segundo pessoas com conhecimento do caso, os advogados de Trump descobriram a gravação ao revisarem o material que foi apreendido no escritório de Cohen.
“Nada temos a dizer sobre este assunto”, afirmou Lanny Davis, advogado de Cohen, ao ser questionado sobre a gravação.
A ex-modelo da Playboy negociou a história com o National Enquirer por US$ 150 mil, nos últimos meses da campanha presidencial de 2016, mas o jornal acabou não publicando as informações acusações. David J. Pecker, presidente da empresa controladora do jornal, é amigo pessoal de Trump.
Karen McDougal acusa Cohen de ter atuado para que a história não fosse publicada pelo National Enquirer, acusação que também é investigada pelo FBI. Em março passado, ex-coelhinha da Playboy recorreu à Justiça para derrubar a promessa de sigilo, concedendo, em seguida, entrevista à rede de televisão CNN, ocasião em que afirmou que a relação com Trump foi consensual e de amor.
Quando o The Wall Street Journal noticiou o tal o pagamento dias antes da eleição, Hope Hicks, porta-voz da campanha de Trump, disse “não ter conhecimento sobre as alegações”. A porta-voz qualificou as alegações de Karen McDougal como “totalmente falsas”.
Por questões óbvias e já esperadas, a horda de adoradores de Donald Trump criticará duramente a ex-modelo e o advogado Michael Cohen, não sem antes afirmar que o escândalo revela a virilidade e a macheza do presidente dos EUA, como aconteceu no caso da atriz pornô Stormy Daniels.