Trump rebate ameaça do Irã e promete “consequências históricas”

    Donald Trump advertiu o Irã no domingo (22) para que “jamais volte a ameaçar os Estados Unidos” sob pena de “consequências como poucos conheceram ao longo da história”. O aviso foi uma resposta a advertências do presidente iraniano, Hassan Rohani, para o perigo de os EUA começarem um conflito com seu país.

    “Já não somos um país que apoie suas palavras dementes de violência e de morte. Cuidado!”, acrescentou Trump, em mensagem toda em letras maiúsculas publicada no Twitter.

    Poucas horas depois, a agência estatal iraniana Irna minimizou as mensagens de Trump, descrevendo-as como uma reação passiva aos comentários de Rohani.

    A agência, porta-voz do governo do Irã, acrescentou nesta segunda-feira que a mensagem de Trump está apenas imitando o ministro iraniano do Exterior, Mohammad Javad Yarif, que no passado alertara o Ocidente para “nunca ameaçar um iraniano”.

    No domingo, Hassan Rohani alertou Trump para “não brincar com fogo” e garantiu que um conflito com o Irã seria a “mãe de todas as guerras”.

    Ele ressaltou que o Irã responderá a ameaças “com ameaças” e não vai se intimidar, segundo discurso publicado no site da presidência iraniana. Ele também voltou a afirmar que Teerã pode bloquear as rotas para exportação de petróleo no Golfo Pérsico em represália à decisão dos EUA de abandonar o acordo nuclear multilateral de 2015 com o Irã e impor novas sanções a Teerã.


    As sanções entrarão em vigor em agosto e ameaçam afetar a já enfraquecida economia iraniana. A medida pretende atingir o Irã em duas frentes: seus programas de mísseis balísticos e sua influência regional.

    Já durante visitas à Suíça e à Áustria, no começo do mês, Rohani advertira que o Irã pode fechar o Estreito de Ormuz, principal rota para as exportações de petróleo da região do Golfo.

    A troca de mensagens acaloradas com países em disputa com os EUA faz parte do histórico de Trump.

    A retórica queda de braços lembra a troca de mensagens entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, antes de as tensões terem dado lugar a uma inesperada aproximação com a Coreia do Norte, que por enquanto não rendeu algo concreto e confiável em termos de negociação. Não se pode esquecer que o arsenal nuclear é para o regime de Pyongyang uma garantia de que o país jamais será invadido, principalmente pelos EUA.

    Também no domingo, o secretário de Estado Mike Pompeo havia afirmado que Washington não tem medo de impor sanções “do mais alto nível” ao regime de Teerã.

    Em discurso perante a diáspora iraniana na Califórnia, Pompeo confirmou que Washington quer que todos os países reduzam suas importações de petróleo iraniano até “perto de zero”, até o início de novembro. Caso contrário, esses países enfrentariam sanções dos EUA. (Com agências internacionais)