Em debate na Band, Doria se descontrola ao ser questionado sobre escândalo da PPP da Iluminação

Ex-prefeito da cidade de São Paulo e candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes, o empresário João Doria Junior mostrou-se visivelmente nervoso no debate entre os postulantes ao governo paulista, promovido pela Band na noite de quinta-feira (16), evento marcado pela falta de propostas daqueles que, como sempre, têm soluções para tudo.

Doria, que se apresenta ao eleitorado do mais importe estado da federação como gestor, não soube lidar com a decisão da maioria dos adversários de tê-lo escolhido como o alvo da noite. E o ápice do descontrole ficou evidente quando o candidato do PT, Luiz Marinho, questionou Doria sobre o escândalo da PPP da Iluminação Pública de São Paulo, cujo contrato, no valor de R$ 7 bilhões, foi suspensão por determinação da Justiça em razão de denúncia de corrupção. Esse assunto tem sido alvo de seguidas matérias do UCHO.INFO.

A troca de farpas entre os dois candidatos começou quando Marinho quis saber de Doria os motivos sobre seu alto índice de rejeição na cidade de São Paulo. O petista perguntou se isso era fruto da decisão de ter abandonado o mandato de prefeito ou de ter apoiado o “golpista” Michel Temer.

O tucano João Agripino da Costa Doria Junior não se fez de rogado acabou puxando o rosário de escândalos petistas, inclusive do próprio Marinho, que foi prefeito de São Bernardo do Campo, no chamado Grande ABC, com direito a ataques a Lula, José Dirceu e outros enlameados pela corrupção. Mas a queda de braços não parou por aí.


Luiz Marinho, que nada tem a perder na eleição, pois está atrás nas pesquisas de opinião e participa da disputa para garantir palanque à candidatura presidencial do PT, não deixou por menos e, no tempo da réplica, acabou desestabilizado João Doria de vez. Após dizer que “achava engraçado seu adversário falar em corrupção”, perguntou onde andava a ex-diretora do Ilume e a ex-primeira-dama Bia Doria.

O Ilume – Departamento de Iluminação Pública da Cidade de São Paulo – foi responsável por conduzir e coordenar o processo licitatório da PPP da Iluminação, mas toda a diretoria acabou demitida quando veio à tona a grave denúncia de corrupção apresentada ao Ministério Público. A empresa FM Rodrigues, que liderava o consórcio vencedor da PPP (FM Rodrigues/Consladel), é acusada de suposto pagamento de propina a integrantes do Ilume para ser favorecida na licitação.

Em relação à ex-primeira-dama Beatriz Maria Bettanin Doria, conhecida como Bia Doria, ela foi chamada a depor no Ministério Público de São Paulo, na condição de testemunha, para esclarecer o uso de recursos da prefeitura paulista na modernização e adequação da iluminação do palco do templo comandado pelo padre Marcelo.