Trump impõem novas tarifas sobre produtos chineses; Fed alerta para o perigo da guerra comercial

O governo dos Estados Unidos impôs nesta quinta-feira (23) novo pacote de tarifas de 25% sobre US$ 16 bilhões de produtos chineses, impulsionando ainda mais a guerra comercial entre os dois países, no momento em que representantes de Washington e Pequim negociam uma saída. A China não perdeu tempo e reagiu com a adoção de medida semelhante contra produtos importados dos EUA.

A medida entrou em vigor à meia-noite de Washington (meio-dia em Pequim). Na esteira da reciprocidade, a China respondeu na sequência e do mesmo modo impôs tarifas sobre US$ 16 bilhões de produtos norte-americanos, seguindo o histórico de reagir às ações estadunidenses com medidas semelhantes.

O governo chinês afirmou que adotaria “represálias necessárias” contra o que considera uma violação dos Estados Unidos às normas do comércio internacional. Donald Trump, que faz da polêmica e do confronto o seu estilo de governar, está empurrando o planeta na direção de uma quase inevitável crise econômica globalizada.

As negociações entre chineses e americanos foram iniciadas em abril, mas terminaram sem acordo. Em junho, os dois países voltaram à mesa, mas novamente não chegaram a um consenso. Agora, as tratativas foram retomadas, mas Trump quer colocar tudo a perder, pois essa parece ser sua receita de sucesso (sic).


Em julho, os Estados Unidos anunciaram a imposição de tarifas sobre US$ 200 bilhões de produtos chineses e um aumento de 25% nas taxas sobre automóveis importados. O Escritório de Representação do Comércio Exterior dos EUA (USTR, na sigla em inglês), responsável pela aprovação e adoção das medidas, ainda analisa a proposta da Casa Branca.

Negociadores esperam que a China e os Estados Unidos encerrem a guerra comercial até novembro, quando os americanos irão às urnas para votar nas eleições legislativas. Pode ser que, mesmo estapafúrdia, essa seja uma estratégia de Donald Trump para não perder terreno político no Parlamento. Enquanto isso, o restante do planeta que encontre soluções para as consequências na economia global.

Uma guerra comercial não interessa a qualquer país, uma vez que os estragos são imensuráveis, mas se Washington e Pequim decidirem levar a queda de braço adiante, as consequências serão devastadoras.

Trump continua acreditando que é o xerife do universo, mas essa “brincadeira” pode custar caro ao povo americano caso não haja por parte do presidente dos EUA um meteórico lampejo de humildade.

Se o bilionário republicano está a apostar na tese de que é possível esticar a corda ao máximo para, em seguida, “sair bem na foto”, o melhor a fazer é rever o plano, pois o Federal Reserve publicou, há dias, documentos que destacam os riscos “transcendentais” para a economia americana caso a guerra comercial com a China continuar por muito tempo.